Média de anos de estudo aumenta de 5 para 6,4 em uma década

Os últimos dez anos confirmaram o aumento do número de estudantes do País, mas
a média de anos de estudos da população ainda é muito baixa. Entre as crianças
de 7 a 14 anos, o ensino está praticamente universalizado, com 97,2% delas
freqüentando a escola.

Também entre os adolescentes de 15 a 17 anos, o
índice de escolarização é razoável, de 82,4%. No entanto, a média na população
de 10 anos ou mais de idade é de apenas 6,4 anos de estudos, o que indica que o
brasileiro médio sequer completou o ensino fundamental. Em países como o Chile,
a Argentina e a Costa Rica, a média é de 8,5 anos de estudos.

"Os efeitos
do aumento da escolarização não são imediatos. Mesmo com todo avanço na
freqüência à escola, o aumento na média de anos de estudos ainda é de cerca um
ano a cada década, no Brasil. No Chile e no Uruguai, a média mais elevada de
anos de estudos é fruto de políticas de educação feitas há muitos anos. Os
índices nesses países são bons há mais de vinte anos", diz a pedagoga
especialista em estatísticas da Educação Dolores Kappel.

A média de anos
de estudos no Brasil aumentou de 5 para 6,4 anos no período entre 1993 e 2003. É
uma elevação de 28%. Embora a freqüência à escola ainda seja insatisfatória
entre os jovens, houve aumentos significativos na década. Na população de 18 e
19 anos, o crescimento foi de 30%, chegando a 51,7% dos jovens freqüentando a
escola. Entre os que têm de 20 a 24 anos, a taxa de escolarização cresceu 46%,
mas ainda é muito baixa, de apenas 26,8% da população desta faixa etária nas
salas de aula.

"Uma forma de aumentar o acesso dos jovens à escola seria
aumentar o número de escolas públicas noturnas. Para os jovens que trabalham,
muitas vezes a falta de escolas noturnas públicas faz com que deixem de
estudar", afirma Dolores.

O presidente do IBGE, Eduardo Pereira Nunes,
explicou hoje que a média de anos de estudos na população de 10 anos ou mais de
idade ainda é insatisfatória porque a baixíssima escolaridade da população mais
velha joga a média para baixo. Na população de 25 anos ou mais, são 6,3 anos em
média de anos de estudos. Já entre os que têm entre 20 e 24 anos, chega-se a 8,5
anos. "Existem grotões etários de baixos níveis de escolaridade e isto colabora
para que o número médio de anos de instrução ainda seja muito baixo",
diz.

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