Marina Silva recebe o maior prêmio de meio ambiente das Nações Unidas

A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, receberá o maior prêmio das Nações Unidas na área ambiental, o Champions of the Earth (Campeões da Terra) de 2007, como reconhecimento ao seu trabalho em favor da preservação da floresta amazônica e da valorização das comunidades locais e tradicionais da região. O anúncio foi feito nesta quinta-feira (01) pelo Programa das Nações Unidas pelo Meio Ambiente (PNUMA). Marina Silva é uma das sete personalidades que serão premiadas. O Campeões da Terra será entregue numa cerimônia prevista para o dia 19 de abril, em Singapura.

O sub-secretário da Organização das Nações Unidas (ONU) e diretor-executivo do PNUMA, Achim Steiner, em carta enviada à ministra, elogia a sua dedicação na defesa das questões ambientais. ?Vossa Excelência reconheceu que a construção de uma aliança de apoio para proteger o meio ambiente exige adesão a um conjunto básico de valores. Sua crença de que o sucesso da luta para salvar a vida sobre a Terra exige que princípios estejam à frente de nossos esforços fez com que fosse merecedora do prêmio Champions of the Earth 2007?, escreve ele.

O prêmio existe desde 2004. Seu objetivo é contemplar pessoas que tenham uma contribuição significativa e reconhecida, global e regionalmente, na proteção e gestão sustentável do meio ambiente e dos recursos naturais. Os premiados são selecionados por um painel de alto nível, a partir de indicações que o Pnuma recebe. O prêmio não reverte em dinheiro. Ele é simbolizado por uma escultura de metal reciclado, assinada pelo queniano Kioko, que simboliza os quatro elementos fundamentais à vida: sol, ar, terra e água.

Na carta, Steiner classificou como ?extraordinária? a contribuição de Marina Silva no Ministério do Meio Ambiente para a proteção da Amazônia e mencionou a queda estimada de mais de 50% na taxa do desmatamento da região nos últimos dois anos. ?É um resultado dos novos processos governamentais implementados?, ressalta o diretor-executivo do PNUMA.

Entre 2003 e 2006, a ministra inaugurou um novo modelo de gestão ambiental no governo federal, cujo princípio básico é o envolvimento efetivo de diferentes setores de governo e da sociedade na busca de soluções para problemas de meio ambiente. Defendeu a cooperação entre os vários ministérios e governos estaduais, obtendo importantes resultados que refletem a capacidade do Estado e da sociedade em implementar uma política ambiental capaz de dar respostas aos desafios de conservação da atualidade. Com isso, conseguiu consolidar várias propostas da sociedade civil em novos instrumentos de política ambiental, como o Plano de Ação para a Prevenção e Controle do Desmatamento na Amazônia e a Política Nacional para o Desenvolvimento Sustentável das Comunidades Tradicionais, que abrange todos os biomas brasileiros.

No Senado, Marina Silva apresentou inúmeros projetos de lei e trabalhou pela aprovação de outros tantos ? grande parte deles voltados para a preservação das florestas, proteção dos direitos das comunidades tradicionais e inclusão social. Como senadora, apresentou o primeiro Projeto de Lei para regular o acesso aos recursos genéticos. Esse empenho foi igualmente reconhecido pelo PNUMA e destacado por Steiner na carta.

A dedicação de Marina Silva na implementação da CDB, cujos objetivos são a promoção da conservação, do uso sustentável e da repartição de benefícios gerados a partir da biodiversidade, também teve forte influência na decisão do painel do PNUMA. Desde março de 2006, o Brasil, representado pela ministra, ocupa a presidência da CDB ? mandato que encerra em 2008.

Ao lado de Marina Silva, receberão o Campeões da Terra de 2007: o ex-vice presidente dos Estados Unidos, Al Gore, pela sua atuação na proteção ambiental e na educação sobre os perigos decorrentes do aumento de gases de efeito estufa na atmosfera; o Príncipe Hassan Bin Talal, da Jordânia, por sua crença na colaboração transfronteiriça para proteger o meio ambiente e tratar dos temas ambientais de maneira holística; Jacques Rogge e o Comitê Olímpico Internacional, pelos avanços no esporte e na agenda ambiental, por meio da provisão de mais recursos para o desenvolvimento sustentável e pela introdução de requisitos ambientais mais rigorosos às cidades candidatas a sediar os Jogos Olímpicos; Cherif Rahmani, pelo avanço na agenda de direito ambiental e pela abordagem do tema desertificação na Argélia; Elisea ?Bebet? Gillera Gozun, pelo avanço na agenda ambiental nas Filipinas; e,Viveka Bohn, da Suécia, pelo desempenho de destaque em negociações multilaterais e liderança em esforços globais para a segurança química. Já foram premiados em edições anteriores, o ex-presidente da União Soviética, Mikhail Gorbachev; o povo da África do Sul e sua presidenta, Thabo Mbeki; e a ex-vice presidente do Irã, Massoumeh Ebtekar.

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