Marcos Valério vai à PF, mas nada fala em depoimento

O empresário Marcos Valério Fernandes de Souza compareceu hoje à Superintendência da Polícia Federal (PF), em Belo Horizonte, para prestar depoimento, mas, segundo seu advogado Marcelo Leonardo, exerceu o "direito constitucional de ficar calado". Valéio não respondeu a nenhuma pergunta do delegado Praxíteles Praxedes, da PF em Brasília. O empresário permaneceu cerca de dez minutos no local e saiu sem dar entrevistas.

No entendimento do advogado criminalista, não "há sentido" em seu cliente prestar novos depoimentos à PF, já que há um processo em andamento no STF. Leonardo disse que entrou com um agravo regimental contra decisão do ministro Carlos Ayres Britto que negou liminar no habeas-corpus que solicitava a suspensão dos depoimentos de Valério, Simone Vasconcelos e Geiza Dias Santos, duas ex-funcionárias da SMPB Comunicação.

Para Leonardo, os novos interrogatórios constituem um "andamento paralelo do inquérito junto ao processo" e seu cliente só irá prestar novo depoimento na Justiça, caso seja convocado. Ele destacou que o procedimento – que considera "sem apoio na legislação processual penal" – é de responsabilidade do procurador-geral da República, Antonio Fernando de Souza.

O advogado afirmou que o procurador está numa "saia-justa" por ter deixado pessoas envolvidas com o esquema do mensalão de fora da denúncia oferecida ao Supremo Tribunal Federal (STF). "Se ele ofereceu denúncia em um momento antecipado, precipitado, que responda pelas conseqüências dos seus atos", disse.

Segundo Leonardo, Antonio Fernando "confessou implicitamente" que foi precipitado ao oferecer a acusação formal quando observou que não tinha apresentado denúncia contra todas as pessoas que estavam citadas no inquérito.

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