Manifestantes fazem protesto com 1.300 rosas no Rio

Rio de Janeiro – Mais um protesto contra a violência no Rio de Janeiro modificou o cenário da Praia de Copacabana, na zona sul da cidade. Ao todo 1.300 rosas vermelhas foram fincadas nesta quinta-feira (19) na areia para simbolizar as vítimas de homicídio no estado desde o início do ano.

Para o coordenador do Movimento Rio de Paz, Antônio Carlos Costa, responsável pelo protesto, a população precisa se mobilizar para conter a escalada da violência.

"Essa é a chave. A população precisa estar consciente deste número bárbaro de mortes, mas também cobrar das autoridades ações efetivas. Não adianta falar de combate à fome, à miséria, de distribuição de renda e saneamento básico, se o direito à vida, que é fundamental, não estiver assegurado", disse.

Ele informou, ainda, que o próximo passo do movimento será enviar um manifesto ao governador Sérgio Cabral sugerindo medidas de combate à violência. Segundo Costa, o documento está sendo elaborado com a ajuda de diversos especialistas em segurança pública.

O Movimento Rio de Paz já promoveu outros atos que chamaram a atenção de quem passava pela Praia de Copacabana. Em março, 700 cruzes foram enterradas no mesmo trecho de areia. Um mês depois, quando as mortes violentas no estado chegaram a mil, uma quantidade  equivalente de pessoas vestidas de preto deitou no calçadão para simbolizar as vítimas de homicídios.

Para a moradora de Copacabana Amélia Puccini, trata-se de uma ação bonita capaz de mobilizar, mas enquanto a população não estiver consciente de nada adiantam iniciativas pontuais. Na avaliação de outra moradora do bairro, Dea Assis, "é preciso gritar cada vez mais alto".

A cientista política Sílvia Ramos, coordenadora do Centro de Estudos de Segurança e Cidadania da Universidade Cândido Mendes, elogiou a ação como uma iniciativa inovadora capaz de mobilizar de fato a população. "O maior fracasso que pode acontecer na área de segurança é a banalização das mortes, e com esse tipo de movimento as mortes são contadas uma a uma e valorizadas, não importando se quem morreu foi jovem, velho, negro, branco, pobre ou rico?, comentou.

Voltar ao topo