Manifestação pela reforma universitária reúne mil estudantes em SP

Cerca de mil estudantes participaram, na manhã de hoje, do Dia Nacional de
Paralisação e Luta na capital paulista. A manifestação, que teve o objetivo de
defender a reforma universitária, foi realizada em mais nove cidades
brasileiras. Em São Paulo, os manifestantes saíram do vão livre do Museu de Arte
de São Paulo (Masp), na Avenida Paulista, e caminharam até a Praça da República,
no centro, onde fizeram um ato diante da Secretaria Estadual de Educação.

O movimento foi organizado pela União Nacional dos Estudantes (UNE), em
conjunto com a União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (UBES), a
Confederação Nacional dos Trabalhadores nos Estabelecimentos de Ensino Privado
(Contee), a Federação dos Sindicatos de Trabalhadores das Universidades
Brasileiras (Fasubra) e a Central Única dos Trabalhadores (CUT).

Ao
participar do protesto, o presidente da UNE, Gustavo Petta, afirmou que o
Ministério da Educação não pode se intimidar diante das pressões contrárias ao
projeto da reforma universitária. Segundo ele, as entidades querem que o MEC
aprove rapidamente a proposta de reforma, mas reivindicam avanços em questões
como a ampliação do financiamento para a universidade pública, a expansão das
vagas, principalmente nos cursos noturnos, a criação do Plano Nacional de
Assistência Estudantil e de uma nova lei de mensalidades no ensino privado.

"Não acreditamos que só a reserva de vagas, por exemplo, solucione o
problema da democracia ao acesso à universidade como um todo. Se não for
acompanhada de políticas de apoio ao estudante mais pobre, como moradia, acesso
a livros, alimentação e transporte, o estudante entra na universidade e não
consegue concluir", disse Petta.

Para ele, o objetivo do Dia de Luta está
sendo cumprido nacionalmente, com os manifestantes mostrando ao presidente Lula
que o governo federal não pode ouvir apenas as universidades e se acovardar
diante desse setor. "O MEC não pode se intimidar diante de tudo isso. O
anteprojeto é positivo. Tem problemas, mas contém avanços e precisa entrar em
debate. As pressões não podem fazer com que o Brasil perca a oportunidade de
mudar a universidade brasileira", acrescentou.

No próximo dia 27, a UNE
realiza manifestação em Brasília para pressionar o governo federal. De acordo
com Petta, o anteprojeto foi apresentado pelo MEC, mas ainda foi não assinado
pelo governo federal e justamente isso preocupa os estudantes. "Essa é a nossa
preocupação. Que a própria política econômica, o Ministério da Fazenda e outros
ministérios acabem sufocando a proposta apresentada pelo MEC", afirmou Petta.
Para ele, o governo deve cumprir seu papel e dever histórico e mudar a
universidade brasileira. "Inclusive o Lula, que nunca teve acesso à
universidade, sabe o quanto é difícil chegar a ela. Ele tem de ser sensível a
essas questões que estão sendo levantadas pelo movimento", concluiu.

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