Mais um deputado suspeito de envolvimento com o “mensalão” é absolvido

A Câmara absolveu mais um deputado suspeito de envolvimento com o esquema de compra de votos, o "mensalão", montado pelo PT e pelo empresário Marcos Valério Fernandes de Souza. Quem se livrou foi Vadão Gomes (PP-SP), acusado pelo próprio Marcos Valério de ter recebido R$ 3,7 milhões do esquema de caixa 2.

Os 425 deputados presentes confirmaram a sentença do Conselho de Ética, que absolveu Vadão Gomes. Foram 243 votos a favor da absolvição de Vadão, 161 pela condenação, 16 abstenções, 4 brancos e 1 nulo. Para a cassação de um deputado, são necessários 257 votos (metade mais um dos 513). Antes de Vadão Gomes, a sessão com menor presença havia sido a que absolveu o deputado João Magno (PT-MG).

Vadão é o décimo primeiro dos 19 deputados acusados de envolvimento com o mensalão a ser absolvido pelo plenário da Câmara. Antes dele livraram-se João Magno, João Paulo Cunha (PT-SP), José Mentor (PT-SP), Josias Gomes (PT-BA), Pedro Henry (PP-MT), Professor Luizinho (PT-SP), Roberto Brant (PFL-MG), Romeu Queiroz (PTB-MG), Sandro Mabel (PL-GO) e Wanderval Santos (PL-SP). Somente três foram cassados: Roberto Jefferson (PTB-SP) o ex-ministro José Dirceu (PT-SP) e o presidente do PP, Pedro Correa (PE). Renunciaram para fugir do processo de cassação os ex-deputados Valdemar Costa Neto (PL-SP), Carlos Rodrigues (PL-RJ), agora enrolado com a quadrilha que fraudava licitações para a compra de ambulâncias, José Borba (PMDB-PR) e Paulo Rocha (PT-PA). Falta ainda o julgamento de José Janene (PP-PR).

O relator original, Moroni Torgan (PFL-CE), que sugeriu a cassação de Vadão, teve de ser substituído ainda no Conselho de Ética, visto que seu parecer fora rejeitado. Moroni cruzou telefonemas e concluiu que Vadão era mesmo suspeito de ter pego o dinheiro. Na Tribuna, Vadão não perdeu tempo. Gastou pouco mais de dois minutos em explicações. De acordo com Marcos Valério, R$ 3,7 milhões teriam sido repassados a Vadão nos dias nos dias 5 de julho e 16 de agosto de 2004, em um hotel em São Paulo. Vadão afirmou que naquele dia estava em Tarumã (GO), onde possui uma fazenda, e, em 16 de agosto, disse que se encontrava em Mineiros (GO), onde tem um frigorífico.

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