Maior caverna submarina do mundo é achada no México

Dois mergulhadores anunciaram ter encontrado na Península de Yucatán, no México, passagens subterrâneas que formam o maior sistema de cavernas submarinas do mundo. O britânico Steve Bogaerts disse que ele e seu colega alemão Robbie Schimittner descobriram passagens conectando dois sistemas de cavernas já conhecidos. O achado mostra como o sistema de águas subterrâneas de Yucatán é interconectado e vulnerável.

Para sobreviver, por milhares de anos os índios maias dependeram da água encontrada em cavernas e em lagos que se formavam quando o teto das cavernas desmoronavam. Esse tipo de lago está presentes em toda a Península de Yucatán, uma das regiões mais prósperas do mundo para o turismo.

Bogaerts afirmou que seus mergulhos provaram uma conexão entre as cavernas de Nohoch Nah Chich e o sistema de Sac Actun, que juntos medem 153 quilômetros de comprimento.

Essa conexão mostrou que muitas dessas passagens aparentemente isoladas fazem parte de um único sistema gigante, disse o mergulhador.

Até então, o maior sistema de cavernas submarinas conhecido era o Ox Bel Ha, com 145 quilômetros de largura, informou a Sociedade de Espeleologia dos Estados Unidos.

"O importante para as pessoas saberem é que as cavernas submarinas são interconectadas", disse Bogaerts. "Há tantos sistemas cavernais que se houver um foco de poluição em qualquer área, ele pode se espalhar intensivamente através de todo o sistema.

Bogaerts e Schmittner ficaram quatro anos nadando ao longo do sistema, fazendo cerca de 500 mergulhos, ligando um sistema ao outro. Algumas passagens eram "grandes o bastante para caber um enorme jato", enquanto outras eram tão estreitas que os mergulhadores tiveram de tirar seus tanques de oxigênio para passar.

A descoberta da passagem que liga Nohoch Nah Chich ("A Gaiola Gigante", em maia) e Sac Actun ("Caverna Branca") foi realizada pelos mergulhadores no dia 23 de janeiro.

Jonathan Martin, professor assistente de geologia na Universidade da Flórida, disse que tal descoberta, que ainda não foi publicada em periódicos científicos, é plausível, baseado nas formações geológicas de Yucatán.

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