Maia confirma que PFL não lançará candidato e apoiará Alckmin

O prefeito do Rio de Janeiro e vice-presidente nacional do PFL, César Maia, oficializou hoje a decisão do partido de não lançar candidatura própria e apoiar a indicação do governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), à Presidência da República. O prefeito e o governador estiveram reunidos por quase duas horas antes de Maia anunciar a decisão. Depois, fizeram juntos um primeiro corpo-a-corpo no Centro de Tradições Nordestinas Luiz Gonzaga, em São Cristóvão, na zona norte. "O Rio foi uma porta de entrada da campanha de Alckmin no Nordeste", definiu Maia, que no trajeto chegou várias vezes a receber apoio de populares para uma eventual candidatura.

O apoio, entretanto, só está oficializado em nível nacional. Segundo César Maia, os caciques dos dois partidos, o presidente do PSDB, Tasso Jereissati e do PFL, Jorge Borhaunsen, ainda devem analisar a "singularidade" de cada um dos estados para formarem em conjunto as composições regionais. "Garanto que não há problemas regionais que possam se interpor ao nosso apoio ao governador", afirmou.

Indagado por jornalistas se teria deixado para trás sua preferência explícita pelo prefeito de São Paulo, José Serra, nesta campanha e aderido à onda "alckmista", o prefeito apenas comentou: "Estou me esforçando. Digamos que agora que me casei, eu não vou ficar me perguntando se teria sido melhor com minha ex-namorada".

Para Alckmin, a aliança é importante para vencer as eleições e para compor os quadros do governo para "mudar o País" "A qualidade do governo depende das pessoas que o compõem. O que temos aí hoje é um deboche. É lamentável que vejamos cenas deste tipo", disse ele se referindo especificamente à dança da deputada do PT, Ângela Guadagnin, ao comemorar a absolvição de seu companheiro João Magno (PT-MG) no seu processo de cassação. "A política não pode ser feita para companheiros, mas sim para o povo", completou.

O governador de São Paulo, aproveitou ainda a chance de criticar diretamente o ministro Antônio Palocci, ao afirmar que o "cerco" ao caseiro Francenildo Santos Costa, que está sendo investigado pela Polícia Federal e pelo Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), subordinado ao Ministério da Fazenda. "Esta atitude mostra um perfil autoritário de quem não tem compromisso com valores e princípios que deveriam nortear a vida democrática", afirmou.

Apesar da crítica feita ao governo, Alckmin foi cobrado por Cesar Maia para apresentar uma campanha mais agressiva. "Quando há a chance de uma reeleição, o candidato da situação já sai em vantagem. E só o que é muito diferente consegue fazer com que o público queira mudar", argumentou.

Para Alckmin, a cobrança do prefeito é positiva, mas o ritmo só vai ser ditado no decorrer da campanha. "Teremos, como em qualquer campanha, confrontos de propostas. Nós vamos nos concentrar nos nossos projetos."

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