Madeireiros desmatam mil hectares no Pará

Uma área de floresta de mil hectares – o equivalente a mil campos de futebol – foi devastada por madeireiros de Anapu, no sudoeste do Pará. Os fiscais do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), durante operação que contou com o apoio do Grupo Tático da Polícia Militar de Altamira, apreendeu 34 motosserras, com 54 trabalhadores, entre eles duas mulheres.

Além do crime ambiental, a polícia poderá indiciar o responsável pelo desmatamento por trabalho escravo. Os policiais constataram que os trabalhadores estavam em condições precárias, dormiam em barracos de lona, bebiam água de um igarapé e, para se alimentar, precisavam caçar animais silvestres.

“O chefe do escritório do Ibama em Altamira, Elielson Soares, disse que a derrubada ilegal da mata aconteceu a 70 km de Anapu, no km 55, dentro de um projeto de desenvolvimento sustentável ainda em fase de implantação pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) e que irá beneficiar cerca de 600 famílias de agricultores.

“A área foi invadida e ocupada por madeireiros que hoje brigam na Justiça Federal para continuar explorando espécies nobres como ipê, jatobá, acapu e mogno. Enquanto a questão não for resolvida, a implantação do projeto está suspensa por determinação do juiz da Vara Federal de Marabá, Francisco de Assis Garcêz Júnior. “

Aos policiais e agentes do governo, os trabalhadores contaram ter sido contratados por um homem conhecido por Bira, morador de Altamira, para derrubar a floresta e transformar a área em pasto. Para dificultar o acesso da fiscalização, troncos de madeira foram atravessados numa estrada vicinal.

A missionária Dorothy Stang, líder do projeto de desenvolvimento sustentável de Anapu, criticou a demora do Incra e da Justiça em resolver o problema dos agricultores da região. “O povo quer trabalhar, mas os madeireiros não deixam e vivem fazendo ameaças, inclusive com pistoleiros. Eles querem a terra somente para derrubar a floresta e ganhar muito dinheiro.”

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