Lula vai a Davos falar de emprego, paz e justiça social

O ministro-chefe da Casa Civil, José Dirceu, disse hoje que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva terá uma oportunidade única no pronunciamento que fará neste domingo, dia 26, no Fórum Econômico Mundial, em Davos (Suíça). Segundo o ministro, o discurso fará uma defesa do social, do emprego e da paz.

“Acredito que, não só no Brasil, mas também no mundo, a prioridade é social, é o emprego, é a paz. Acredito que todos hoje estamos preocupados com que as políticas governamentais atendam aquilo que ficou como herança desses 20 anos de neoliberalismo, que é o desemprego e a fome”, afirmou Dirceu à Agência Brasil. “É uma oportunidade que ele não pode perder, e o Brasil não pode perder para mostrar o nosso ponto de vista”, disse, lembrando que Lula vai ao evento como representante do povo brasileiro.

De acordo com o presidente nacional do PT, deputado José Genoino (SP), a presença de Lula em Davos parte de sua função como líder político e como estadista. “Tem que ir lá sim. Esperamos que ele abra todos os espaços para levar a visão de seu governo a todos os fóruns internacionais. Queremos governar o Brasil dialogando com todos os fóruns mundiais, queremos ter uma política externa ostensiva e ativa. Não é nenhuma concessão”, afirmou.

O presidente Lula cumpre nesta sexta-feira uma extensa agenda durante o 3° Fórum Social Mundial, que acontece até o dia 28 em Porto Alegre. No início da noite, ele fará um pronunciamento no anfiteatro do Pôr-do-Sol, um dos eventos mais esperados desta edição do FSM. Lula compareceu às duas primeiras edições e deve ir à quarta, prevista para o ano que vem na Índia, conforme informou hoje o porta-voz da Presidência, André Singer.

Voz do social

Para o ministro das Cidades, Olívio Dutra, “Lula vai ser o porta-voz da demanda do Fórum Social Mundial em Davos, que antes era um espaço fechado por pensamento único”. Na avaliação do ministro, feita hoje pela manhã, as três edições do FSM em Porto Alegre obrigaram o Fórum Econômico Mundial a se abrir para ouvir a outra parte. “Lula vai ser a voz da outra parte.”

Já na opinião do ministro Tarso Genro, da Secretaria de Desenvolvimento Econômico Social, externada também na manhã de hoje, o fato de os representantes dos países desenvolvidos terem “a necessidade de nos escutar através de Lula” já é uma vitória do FSM. Ele disse que o presidente vai reafirmar o combate à fome em seu discurso. “O Fome Zero é um libelo contra a exclusão social”.

O porta-voz da Presidência afirmou no início da tarde que Lula assegurou aos representantes do Comitê Internacional do FSM que irá a Davos apenas na qualidade de presidente da República. “O presidente disse, com muita clareza, que não irá a Davos como representante do FSM, mas como representante de 175 milhões de brasileiros. Ele considera que não pode desperdiçar uma oportunidade de ir a Davos como representante dos brasileiros para dizer que o mundo precisa mudar”, afirmou Singer.

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