Lula terá espaço privilegiado no Fórum Econômico de Davos

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva chega amanhã à noite a Davos, na Suíça, para o que está sendo considerada a mais ambiciosa participação do Brasil no Fórum Econômico Mundial. À elite empresarial do mundo, Lula levará uma mensagem do Fórum Social Mundial, que se realiza em Porto Alegre. “É preciso um pacto mundial que diminua a distância entre os países ricos e os países pobres”, defende Lula.

Mais uma vez, porém, a discussão sobre a redução das desigualdades tende a ser superada pela agenda dos países desenvolvidos. O tema dominante no Fórum tem sido a iminente guerra entre Estados Unidos e o Iraque e suas repercussões sobre a economia. Até mesmo o presidente brasileiro, que pretendia fazer um discurso propagando a “guerra contra fome”, decidiu incluir em seu discurso um apelo pela paz mundial e pedir uma solução negociada para a crise com o Iraque.

O clima entre os especialistas que participam do Fórum em Davos é de pessimismo quanto à retomada do dinamismo econômico em 2003 e essa perspectiva fica ainda pior considerando a ocorrência da guerra. Com isso, torna-se mais necessário ainda o pedido que o presidente pretende fazer, no sentido de ter reativadas as linhas de crédito internacional e de investimentos ao Brasil. Lula também pedirá condições mais justas no comércio mundial para os países em desenvolvimento.

Para expor suas idéias, Lula ganhou uma sessão plenária, chamada “Diálogo com o presidente do Brasil”, que será realizada no domingo. A intenção do diretor-gerente do evento, o ex-presidente da Costa Rica José Maria Figueres, é dar a Lula um palco privilegiado e criar uma oportunidade para captar fundos para o Fome Zero junto às empresas multinacionais.

Além de recursos, Lula pedirá às multinacionais com subsidiárias no Brasil a geração de mais empregos e mais exportação. Esse apelo será repetido nas visitas que o presidente fará à Alemanha, na segunda-feira, e à França, na terça-feira. O ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Luiz Fernando Furlan, explicou que a decisão de concentrar produção e exportações em determinado país depende de estratégias traçadas pelas matrizes das empresas multinacionais.

O primeiro compromisso de Lula em Davos será um jantar, às 21h00 de amanhã, oferecido a chefes de Estado e ministros dos países ibero-americanos. Deverão participar, além de Lula, os presidentes da Argentina, Eduardo Duhalde, da Colômbia, Álvaro Uribe, do México, Vicente Fox e do Peru, Alejandro Toledo.

Da comitiva de Lula em Davos participam seis ministros: da Fazenda, Antônio Palocci Filho; das Relações Exteriores, Celso Amorim; do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Luiz Fernando Furlan; do Trabalho, Jacques Wagner; da Cultura, Gilberto Gil, e da Saúde, Humberto Costa.

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