Lula tem reunião com diretor-gerente do FMI amanhã

O diretor-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Horst Köhler, se encontrará amanhã, em São Paulo, com o presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva. Hoje, ele manteve um intenso programa de visitas às autoridades do atual governo.

O primeiro encontro foi com o ministro da Fazenda  Pedro Malan, e depois com o presidente Fernando Henrique Cardoso no Palácio do Alvorada. À noite, se reuniu com o provável futuro ministro da Fazenda, Antonio Palocci, coordenador da equipe de transição do PT.

O assessor do FMI, Francisco Baker, informou que a reunião com o presidente eleito será a partir das 11 horas e depois Köhler dará uma entrevista coletiva, no hotel Sofitel. Em momento algum  o diretor-gerente deu declarações à imprensa. Quando partiam em direção ao Palácio do Alvorada, Malan limitou-se a dizer que seu encontro com o diretor do FMI tinha sido “muito bom”.

Antes de conversar com o Köhler, Palocci disse que, pelas declarações do diretor do fundo aos jornais brasileiros antes de chegar ao País, ele estava “otimista” com a economia brasileira. O coordenador afirmou que vê essas declarações como um sinal “muito positivo”, porque o FMI conhece “profundamente” a economia brasileira. Palocci negou que no encontro discutiria com Köhler metas e acordos. Afirmou que esses dois temas não seriam abordados nem na reunião de hoje com Lula.

A discussão de metas, enfatizou, vai se dar em fevereiro, quando acontece a segunda revisão do acordo com o fundo. No momento, segundo Palocci, nem a equipe de transição, nem o governo brasileiro, nem o FMI, vêem necessidade de revisar metas.

“Não vamos criar problema onde não existe”, concluiu.

Köhler esteve sempre acompanhado do representante do FMI no Brasil, Rogerio Zandanella, pelo diretor-assistente do Departamento do Hemisfério Ocidental do Fundo, Lorenzo Lopez e o diretor de Relações Externas,Thomas Dawson. Ao encontro com Malan, na Fazenda, compareceram representante do Brasil no FMI, Murilo Portugal, e os secretários Eduardo Guardia, do Tesouro, e Marcos Caramuru, de Assuntos Internacionais.

Argentina

O encontro de Lula com Köhler, entretanto, gera expectativas fora do Brasil. Uma alta fonte do Ministério das Relações Exteriores da Argentina afirmou ontem ao Estado que o governo de seu país espera a intermediação do presidente eleito do Brasil em favor da finalização de seu acordo com o Fundo Monetário Internacional (FMI), cuja negociação está em andamento há 11 meses.

A partir da atuação de Lula diante de Köhler e também no encontro marcado com o presidente americano, George W. Bush, a chancelaria argentina espera ter mais clareza sobre “os rumos que seguirá o Brasil”.

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