Lula nega uso político de instituições bancárias

Momentos depois de beijar e cumprimentar funcionários do Banco do Brasil, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva negou de forma enfática o uso político das instituições bancárias federais. Em visita à sede do BB, ele atacou a "sanha de privatização" e a caça de "marajás" nos governos anteriores e negou ter empregado petistas e indicados políticos na Caixa Econômica, no BNDES, no Banco do Nordeste e no Banco da Amazônia. "Só chamo eles (presidentes de bancos) para perguntar se as coisas podem melhorar", disse. "Em todos esses anos que convivemos, nunca pedi a nenhum deles que colocasse um faxineiro, ascensorista ou assessor, só discutimos redução de juros e facilitação do crédito.

Durante um rápido corpo-a-corpo no BB, Lula sugeriu que os funcionários não fizessem greve e pediu com gestos a um deles para parar de cantar seu jingle da campanha. O presidente queria evitar uma possível reação do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), órgão que anda "rigoroso" no cumprimento às normas de campanha

Em seu discurso, o presidente não economizou ataques ao governo anterior. Lula ressaltou que no atual governo o Banco do Brasil teve ganhos "extraordinários". "Não foram poucas as vezes em que as manchetes dos principais jornais, na época da sanha das privatizações, publicaram manchetes garrafais sobre prejuízos do Banco do Brasil", destacou, numa referência direta à gestão Fernando Henrique Cardoso. "Há uma mudança. As pessoas vão tomando consciência de que o Banco do Brasil fará mais política social se tiver lucro.

O presidente disse que a imagem da instituição e dos funcionários melhorou no atual governo. "Ninguém nunca mais chamou vocês de marajás", afirmou. "Vocês nunca viram ninguém do governo descarregar em funcionário do Banco do Brasil discurso de que ele ganha bem." Lula salientou que bons funcionários precisam ser bem pagos, especialmente no momento em que o mercado exige dinamismo e competitividade

Lula fez questão de destacar ações do Banco do Brasil que beneficiam especialmente camadas mais pobres, como o microcrédito, o crédito consignado e os créditos do Pronaf. Segundo o presidente, os três programas dispõem atualmente de R$ 25 bilhões. "Não é pouca coisa", afirmou. "Se depender de minha vontade, enquanto eu for vivo, quero ver todo ano a notícia de que o Banco do Brasil ganhou um pouquinho de dinheiro a mais", completou. "Triste será o dia em que uma manchete sair com a informação de que o Banco do Brasil teve prejuízo e o Tesouro teve de aportar dinheiro para salvá-lo, como aconteceu muitas vezes.

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