Lula marca série de reuniões com partidos para fechar governo de coalizão

A menos de um mês de assumir o seu segundo mandato, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva fará na próxima semana uma rodada de reuniões com dirigentes e líderes partidários para buscar a formação de uma ampla base de sustentação parlamentar no Congresso Nacional. O objetivo é aprovar propostas acertadas com os partidos que vão compor o chamado governo de coalizão. Na última semana, Lula conquistou o apoio do PMDB para a coalizão partidária.

A partir da segunda-feira (4), o presidente Lula recebe outros representantes partidários para as negociações em torno da coalizão: além do PMDB, ele conversará com dirigentes de partidos, que já formam a base do governo desde o início do primeiro mandato, como é o caso do PL, do PSB, do PCdoB e do PP. O discurso da maioria dos partidos é que as alianças não significam trocas de cargos nos ministérios, estatais e outros órgãos públicos. Os partidos falam que estão discutindo propostas programáticas e uma "agenda mínima" de governo para os próximos quatro anos.

O líder do PCdoB, deputado Inácio Arruda (CE), elogiou o trabalho que Lula desenvolve para a formação de um governo de amplo acordo. Arruda afirmou que o PCdoB, partido coligado desde 2002, já apresentou, no seu programa de governo três prioridades para o segundo mandato: manutenção da redução da taxa de juros,  para chegar ao patamar "civilizado" de 5% ao ano até 2010; reforço na educação, com investimento do infantil ao superior; e mais investimentos em infra-estrutura em todas as modalidades, inclusive através das Parcerias Público-Privadas (PPPs)."O PCdoB apóia o governo de coalizão, porque é bom para o país, é bom para o governo e é bom para desenvolver os projetos de interesse da Nação."

"Para o líder do PP, deputado Mário Negromonte (BA), "o governo de coalizão pressupõe o diálogo, o entendimento e a convergência de interesses programáticos. É preciso selecionar as prioridades e buscar o entedimento em torno delas". Segundo Negromonete, "a coalizão é importante e vai ajudar o governo a aprovar propostas de interesse do país". A contribuição programática do PP ao governo de coalizão, segundo o líder, está voltada para a aprovação das reformas política e tributária e ênfase ao desenvolvimento por meio de investimentos na área de infra-estrutura.

Já o líder do PL, deputado Luciano Castro (RR), que esteve com o presidente Lula, na semana passada, disse que a idéia é que o governo terá uma relação diferenciada com os aliados: "O governo fará sua parte, mas quer que os partidos assumam o compromisso de apoio às demandas do governo no Congresso", disse ele. Para o líder, o PL tem como objetivo o crescimento econômico e, para isso, entende que é necessário resolver "o gargalo que é a infra-estrutura nacional, com a modernização de portos, rodovias, ferrovias; sem isso, não há como crescer".

Luciano Castro disse, ainda, que os países que adotaram governos de coalizão nacional tiveram estabilidade política, o que facilitou o desenvolvimento dos programas de governo. "A gente tem que ter compromisso com o país, para mudar a vida das pessoas. O PL quer compromissos programáticos nesse governo de entendimento nacional", garantiu.

Nessa composição, o governo ainda espera uma definição do PDT, com a expectativa de que a maioria do partido venha fazer parte da coalizão. Na quarta-feira (6), o partido reúne sua executiva nacional, de 20 integrantes, que será ampliada com a participação de todos os deputados federais, senadores, governadores, para decidir se adere ou não à proposta de coalizão  do governo. Mas, neste caso, a decisão passará pelo referendo do diretório nacional.

Para o presidente nacional do PDT, Carlos Lupi, que reuniu-se com o presidente Lula na última terça-feira (28/11), "os companheiros terão que aprofundar as discussões em torno da proposta da coalizão. Viemos de um combate muito duro ao governo, neste primeiro mandato. Agora, é um novo governo, que está consertando os erros ao chamar as instituições para conversar e não entrando no varejo. Esse é um dado positivo e a gente começa a ter uma compreensão maior para o diálogo", afirmou Lupi.

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