Ao discursar no lançamento da Chamada Global para a Ação contra a Pobreza, no 5º Fórum Social Mundial em Porto Alegre (RS), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que o encontro é a constatação de que um outro mundo é possível, principalmente quando elege como tema a fome e a pobreza. "Se eu não estivesse aqui, não estaria tão ou mais feliz do que assistindo a essa demonstração cívica de exercício da democracia e de compromisso das organizações sociais com um dos problemas mais sérios que a humanidade já passou", afirmou.
A campanha é uma iniciativa de mais de 100 organizações civis que propõem o perdão da dívida externa dos países pobres e mudanças no comércio internacional, a fim de que sejam cumpridas as Metas do Milênio propostas pela Organização das Nações Unidas (ONU).
O presidente lembrou, em seu discurso, a história política da América Latina nos últimos dois anos. O primeiro país citado por Lula foi a Argentina. Segundo ele, muitos pensavam que Menem voltaria a ser presidente, mas a vitória de Nestor Kirchner "está mudando não apenas a relação
do governo com o povo, mas contribuindo para mudar a relação entre os estados e a América Latina".
Depois Lula citou o Uruguai, que recentemente elegeu Tabaré Vasquez após três derrotas nas urnas, e lembrou que o atual presidente do Paraguai, Nicanor Duarte, derrotou a estrutura oligárquica do país. Em seguida, lembrou os recentes conflitos ocorridos na Venezuela e no Panamá para afirmar que "a evolução política na América do Sul está permitindo não só que a gente possa sonhar que um outro mundo é possível, mas permitindo que a gente construa, dia-a-dia, a possibilidade de termos esse mundo".