O presidente Luiz Inácio Lula da Silva trabalha com a possibilidade de ganhar mais três minutos no seu programa eleitoral no rádio e na TV, pois é quase certo que fará coligação oficial com o PSB e o PC do B. Nos últimos dias – especialmente no sábado, depois da convenção do PT, em Brasília -, Lula fez seguidos apelos aos presidentes dos dois partidos para que apóiem a sua reeleição. E ouviu deles a garantia de que vão se empenhar ao máximo para conseguir a aliança
Os argumentos do presidente não se limitaram somente ao tempo do programa eleitoral, que passaria dos 6 minutos à tarde e seis à noite para nove em cada inserção. Lula disse aos presidentes do PSB, deputado Eduardo Campos, e do PC do B, Renato Rabelo, que a aliança formal teria um sentido simbólico, que agregaria à sua chapa dois partidos da esquerda. E mais: prometeu que eles vão ter forte influência em seu programa de governo, ora em gestação e que terão a vantagem de colarem as suas campanhas na presidencial
"Espero resolver essa pendência até terça-feira. Estou trabalhando para fazer a coligação", disse Eduardo Campos. Também trabalham para levar o PSB para os braços do PT os ex-ministros Roberto Amaral e Ciro Gomes. Pediram tempo até amanhã porque ainda existem pequenas questões a resolver. "O problema é que, quanto mais afunilam, mais os problemas ficam difíceis. Mas acho que vai dar", disse Eduardo Campos
No PC do B há o mesmo empenho pela aliança com Lula. O presidente do partido disse que sua proximidade com o presidente não é momentânea. "Nosso apoio a Lula é estrutural", afirmou Renato Rabelo
Para mostrar aos comunistas que eles têm espaço na sua campanha, Lula aproveitou a convenção nacional do PT, no sábado, para dar uma bronca nos petistas de Brasília que teimavam em hostilizar o PC do B. Na capital, os dois partidos têm candidatos. O PC do B, o ex-ministro Agnelo Queiroz; o PT, a deputada distrital Arlete Sampaio
Depois, falando ainda para a torcida organizada de Arlete Sampaio, Lula lembrou que já teve muita divergência com o PC do B por causa da luta sindical. "Mas de lá para cá a relação minha pessoal com os dirigentes do PC do B, do PC do B com o PT e do PT com o PC do B, em quase todos os Estados da Federação, tem sido uma relação extraordinária, democrática, civilizada, respeitosa. E ela precisa se manter mesmo onde a gente tenha disputa. Digo sempre o seguinte: marido e mulher não podem brigar todo dia por causa do erro que um fez, senão o casamento não dá certo. É preciso ter paciência, contar até 10, tomar um banho gelado", disse Lula