Lula deve cobrar, de novo, corte de subsídios de Bush

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva vai bater novamente na tecla da Rodada Doha da Organização Mundial do Comércio (OMC) em seu encontro com o presidente dos Estados Unidos, George W. Bush no sábado, em Camp David, próximo a Washington. Desta vez, a cobrança será mais dura. Munido da decisão das economias em desenvolvimento que formam o chamado G-33 de reduzir suas exigências de proteção à agricultura familiar e de subsistência, Lula deverá cobrar de Bush sua promessa de baixar a cifra dos subsídios aos agricultores americanos.

?A própria Susan Schwab dava muita importância à reunião do G-33 que foi concluída de modo mais positivo, contrariando expectativas e temores, e é claro que os presidentes vão trocar reflexões adicionais?, afirmou o ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, referindo-se à representante de Comércio e principal negociadora americana.

De fato, o cenário para a Rodada Doha mudou desde o encontro entre Lula e Bush em São Paulo, no dia 9. Na manhã seguinte, depois de uma longa conversa com Amorim, Susan deixou claro que os EUA não apresentariam um ?ajuste? na sua oferta sobre subsídios antes que os demais parceiros da OMC mostrassem suas ?cartas? sobre a abertura de mercados agrícolas. Nas entrelinhas ela referiu-se à posição do G-33, grupo liderado pela Indonésia e pela Índia, que acabou flexibilizada no encontro de Jacarta, no dia 21.

Esses movimentos tornam-se cada vez mais valiosos, com a escassez de tempo para a conclusão da negociação. Os protagonistas da OMC estão convictos de que a Rodada Doha naufragará se não houver um acordo sobre o polêmico capítulo agrícola até maio. As expectativas, agora, estão voltadas para o possível movimento dos EUA em uma reunião de ministros prevista, em princípio, para meados de abril. Sem essa nova oferta de Washington, a rodada não tem como fechar.

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