O PMDB não vai pedir ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva que amplie sua cota
de poder na Esplanada dos Ministérios. Lula almoçará hoje com o presidente do
partido, Michel Temer (SP) e o presidente do Senado, Renan Calheiros (AL). Na
rápida conversa que Lula e Renan tiveram esta semana, o senador já havia deixado
claro que seu partido não pediu reforma do Ministério, nem quer que o governo
amplie seu espaço. O que o PMDB deseja é que Lula decida que modelo de reforma
de governo de coal izão vai adotar.
Nos bastidores do partido é grande a
irritação da cúpula peemedebista com a demora do presidente em definir que tipo
de relação terá com o PMDB. Eles se queixam de que a crise política com as
denúncias de corrupção explodiu há um mês e meio e até agora o partido não foi
chamado para uma conversa, embora todos reconheçam que a legenda tem papel
fundamental na governabilidade.
A cúpula peemedebista resiste a entregar
o cargo do ministro da Previdência, Romero Jucá, que está sendo processado por
suposta s irregularidades fiscais. Os dirigentes do PMDB dizem que Jucá só sairá
do governo se o presidente decidir tirar todos os ministros parlamentares para
reforçar sua base de apoio no Congresso. Eles também só aceitarão a oferta de
ministério caso ela venh a num contexto de "poder real".
Na prática isso
significa que o partido só aceita ministérios verticalizados, ou seja, além da
cadeira de ministro eles querem também o comando de todas as estatais vinculadas
à pasta. No caso de Minas e Energia, por exemplo, os peemedebistas não aceitam
indicar o ministro a menos que tenham também as presidências da Eletrobrás e da
Petrobrás.