Lojas ligadas a Law Kin Chong funcionam normalmente

O Shopping 25 de Março, que foi investigado pela Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) sobre a Pirataria, junto com o seu proprietário Law Kin Chong, funcionava normalmente hoje (12). Segundo os lojistas, o shopping tem funcionado regularmente. Law é apontado pela CPI como um dos maiores contrabandistas no país.

O prédio reúne dezenas de lojas, com produtos a preços populares, importados ou não, e fica no centro de São Paulo, perto do Vale do Anhangabaú. Os seus cinco andares estão repletos de pequenas lojas separadas por divisórias de escritório. É possível encontrar quase tudo: camisas de grife, rádios, relógios, câmeras digitais, artigos em ouro, perfumes, tênis, sapatos e DVDs. Em seus corredores, o coreano e o inglês também são línguas oficiais e alguns lojistas mal conseguem atender os clientes, pois simplesmente não falam português.

Os comerciantes parecem tranqüilos nas suas funções, só ficam nervosos quando vêem um gravador. Segundo Marisa, dona de uma loja de cosméticos e perfumes no prédio, nada mudou desde que Chong foi preso. ?Não houve mais nenhuma grande blitz policial desde que eles fecharam o prédio em março?, disse.

No último andar do prédio, além da praça de alimentação com algumas lojas famosas de franquias, fica a administração. Sua porta é guardada por uma imagem dourada do Buda de 1,5 metro de altura. João Elano, administrador do shopping, fica ali. Não gosta de falar com a imprensa, mas diz que todas as provas já estão com o governo desde março. ?Todos os documentos, com registros em cartório e na Junta Comercial, estão com a Receita [federal], e é lá que você tem de procurar?, disse.

Elano explica também que Chong não é o dono do imóvel. Ele aluga o prédio e subloca para os lojistas. ?Da nossa parte está tudo regularizado, agora se uma loja ou outra está irregular…?, desconversa.

O auditor da Receita Federal, Luiz Monteiro, explica porque é difícil impedir o funcionamento desse shopping. Segundo ele, normalmente já é difícil fechar qualquer estabelecimento pelo não pagamento de impostos no Brasil, ?mas estas lojas são ainda mais difíceis?. Monteiro esclarece que o lojista pode fugir antes de uma blitz policial e trancar a loja. ?Como ninguém o conhece, fica difícil encontrá-lo?, acrescenta.

Ontem, a polícia e a Receita Federal realizaram blitz em dois outros estabelecimentos que também ficam no centro de São Paulo: a Galeria Pajé, na região da rua 25 de Março, e o Shopping Mundo Oriental, no bairro da Liberdade. Foram apreendidos mais de R$ 800 mil em mercadorias sem registro fiscal. ?Estas duas blitzen são o começo de uma ação que faremos em todos esses shoppings da região. As apreensões ainda não terminaram, acrescentou o auditor.

Voltar ao topo