Líder do PP diz que reforma de Lula é “um fracasso”

O líder do PP na Câmara, José Janene (PR) afirmou há pouco que a reforma ministerial do governo Lula é "um fracasso". Janene lembrou a expectativa que foi criada na imprensa e na sociedade com a promessa de reforma e arrematou: "foi um fracasso não para os partidos, mas para o governo".

De acordo com o líder do PP, o governo ofereceu um ministério ao partido ainda em dezembro. Depois disso, retomou a conversa oferecendo o Ministério das Comunicações. Janene disse que levou o convite do governo à bancada do PP, que indicou o deputado Ciro Nogueira (PP-PI) para ocupar o cargo. "Quem não pôde cumprir a oferta que fez foi o governo", disse Janene.

Ele afirmou, no entanto, que a decisão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva de recuar na reforma não vai alterar a forma de agir do PP. Segundo Janene, o PP vai continuar votando a favor dos projetos que forem bons para o País e sempre conversará com o governo para dizer que votará contra os projetos que considerar ruins. Ele adiantou ainda que o PP não vai votar a favor da Medida Provisória 232, que aumenta a tributação dos prestadores de serviços.

Segundo Janene, as declarações feitas ontem no Paraná pelo presidente da Câmara, Severino Cavalcanti (PP-PE), dando um ultimato ao presidente Lula, foram, na verdade, "um trocadilho". Portanto, na sua avaliação, não foram elas que provocaram o recuo de Lula na decisão de dar um ministério ao partido, embora possam ter sido usadas como pretexto. "Podem ser usadas como pretexto. Mas a situação ficou complicada para a reforma ministerial, não só pelo Severino", afirmou.

"Para um partido entrar no governo tem de haver a saída de outro, e o governo não encontrou esse espaço", afirmou o líder do PP. Sobre a ameaça de Severino de ir para a oposição, feita também no discurso do Paraná, Janene afirmou que, quem fala pela bancada é o líder. "O presidente Severino não prometeu romper, ele fez um trocadilho em um discurso emocionado, porque estava recebendo uma homenagem." Janene afirmou ainda que "todo mundo está cansado dessa reforma sonolenta e demorada". "Talvez o presidente tenha tomado a decisão mais sensata", concluiu.

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