Leilão do Tesouro pressiona abertura do mercado de juros

O mercado de juros abre o pregão na Bolsa de Mercadorias & Futuros pressionado pelo leilão de títulos do Tesouro Nacional. O contrato futuro de DI (depósito interfinanceiro) com vencimento em janeiro de 2008, o mais negociado, projetava taxa de 13,68% ao ano às 10 horas, contra fechamento ontem a 13,65% ao ano. O Tesouro oferece em leilão hoje um total de 5,5 milhões de títulos prefixados (LTN) e 1 milhão de prefixados com pagamento periódico de juros (NTN-F).

Ao mesmo tempo, os analistas avaliam o relatório de inflação referente ao terceiro trimestre deste ano, divulgado esta manhã pelo Banco Central, que pode ajudar a afinar as apostas para os próximos passos de política monetária. É preciso ainda algum tempo para que analistas e operadores tirem suas conclusões a respeito do relatório – devido a sua extensão e quantidade de detalhes – e de sua influência sobre decisões de investimento.

De todo modo, em uma primeira leitura, a avaliação de analistas ouvidos pela Agência Estado é de que o documento mostra um Banco Central menos otimista do que o mercado, especialmente quando se observam as projeções de inflação para 2007 – que é o foco das decisões do Comitê de Política Monetária daqui para a frente. No cenário de referência, a projeção do BC subiu de 4,2% para 4,3%. Mas, no cenário de mercado, a projeção foi mantida em 5,2% – enquanto a Focus trouxe projeções de 4,3% para o IPCA do ano que vem.

Outro ponto destacado no relatório é a permanência do petróleo como uma fonte "sistemática de incerteza". Embora o próprio BC tenha apontado o fato de o preço da commodity ter recuado recentemente, ele levanta a questão de que "o quadro atual talvez reflita, em grande parte, desequilíbrios estruturais no mercado de petróleo e sugira não apenas que houve uma mudança de patamar nos preços do produto, mas também que esses preços possam se sustentar por mais tempo".

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