A violência contra a mulher é um dos problemas que mais preocupa as brasileiras, segundo pesquisa realizada pelo Ibope Opinião em todo o país. Com 30%, a violência está à frente de questões como o câncer de mama e de útero (17%) e a aids (10%). Uma das funções do Conselho Nacional dos Direitos da Mulher é combater esse tipo de violência.

continua após a publicidade

O conselho tem-se articulado em torno da aprovação da primeira lei específica sobre violência doméstica contra a mulher. Elaborado por um grupo de organizações feministas, o texto inicial do projeto de lei, que hoje tramita na Câmara Federal, foi apresentado à Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres.

Um ponto importante do projeto de lei é a proposta de criação dos Juizados de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher. O objetivo é que processos de violência contra a mulher deixem de ser julgados nos Juizados Especiais Criminas e sejam recebidos por essa nova instância. A ouvidora da Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres, Ana Paula Gonçalves, afirma que a mudança traz benefícios para o atendimento às mulheres agredidas.

"Não vai ter essa banalização dos crimes de violência doméstica que existe hoje por que são considerados de menor potencial ofensivo, e o agressor paga uma cesta básica, uma multa e fica por isso mesmo, não existe julgamento nem investigação", diz ela.

continua após a publicidade

Também estão no projeto de lei regras para prisão preventiva aos agressores, possibilidade de inclusão da vítima em programas assistenciais do governo, fixação de limite mínimo de distância entre a vítima e seus familiares e as testemunhas e o acusado.