Laudo revela que mamadeira tinha remédio, não cocaína

O Instituto Medico Legal (IML), de São Paulo, divulgou na última sexta-feira (19) os resultados do exame anátomo-patológico de Victória Maria do Prado Iori Camargo, de um ano e três meses, morta em 29 de outubro do ano passado, em Taubaté. A menina foi levada pela mãe Daniele Toledo do Prado, ao pronto-socorro local e morreu, após três paradas cardiorrespiratórias. O resultado contesta exame preliminar feito pela Polícia Civil, que apontava a presença de cocaína na mamadeira e na boca da criança.

O laudo, assinado por Liliam de Oliveira Bueno e Débora Gonçalves de Carvalho, peritas do IML, aponta que o pó branco encontrado pelos policiais, era, na verdade, resíduo de medicamentos usados no tratamento de convulsão e como tranqüilizantes, pois a criança sofria de epilepsia.

Logo depois da morte da filha, Daniele foi presa em flagrante, acusada de causar overdose e a morte de Victória. Levada para a cadeia de Pindamonhangaba, foi espancada por outras presas, sofrendo fratura no maxilar e danos ao aparelho auditivo. Ela foi solta em cinco de dezembro, depois que novos exames falharam em confirmar a acusação feita pelos policiais.

A advogada Gladiwa de Almeida Ribeiro afirmou que aguarda que o resultado seja anexado ao processo para pedir o seu trancamento no Tribunal de Justiça. Ela pretende pedir indenização de R$ 500 mil do Estado, mas só depois que o IML apresentar os resultados do exame toxicológico. "Esperamos que esse resultado saia ainda na próxima semana", afirmou.

O delegado seccional de Taubaté, Roberto Martins de Barros, disse que só após o resultado desse exame se poderá ter o resultado definitivo sobre o caso. Ele descartou a hipótese de realização de novos exames para a contraprova dos resultados apresentados até agora. "Todo o material recolhido foi usado nos exames anteriores", justificou.

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