O desembargador Ubiratan Arruda, da 5ª Câmara de Direito Criminal do Tribunal de Justiça de São Paulo, negou nessa sexta-feira (1º), em caráter temporário, um pedido de habeas-corpus para suspender a prisão preventiva de Estevam Hernandes Filho e Sônia Haddad Moraes Hernandes, fundadores da Igreja Renascer em Cristo. O casal teve prisão decretada porque não compareceu à audiência em um processo no qual os dois são acusados dos crimes de lavagem de dinheiro arrecadado em cultos e estelionato contra fiéis

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A defesa dos Hernandes enviou atestado médico para o juiz titular da 1ª Vara Criminal, Antonio Paulo Rossi, afirmando que o casal não compareceu à audiência porque Estevam teria sido acometido por um derrame ocular. O juiz considerou a justifica insuficiente e decretou a prisão preventiva pedida por promotores do Grupo de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco).

Ao entrar com recurso para derrubar a prisão preventiva, os fundadores da Renascer enviaram ao Tribunal de Justiça um relatório médico mais detalhado. O desembargador, então, enviou o relatório para ser analisado pelo juiz da primeira instância e em seu despacho, afirmou que só julga o recurso depois de receber a resposta.

Os Hernandes foram procurados o dia todo por três equipes do departamento de capturas da Polícia Civil. Até as 20 horas, não haviam sido encontrados.

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Uma nota de esclarecimento aos fiéis da Igreja foi exibida nos canais de TV e emissoras de rádio que pertencem à Rede Gospel, administrada pela Igreja Renascer. Nela, Estevam Hernandes afirma que não foi a audiência por ter "sido acometido por derrame ocular, diagnosticado e já tratado" e que "o quadro apresentado reclamava vários cuidados médicos e assistência pessoal da bispa Sonia".

O texto afirma ainda que "o decreto de prisão não deve permanecer, posto que não atende ao que determina a legislação brasileira, que prevê ausência por força maior, sem ônus ou gravame processual para o acusado. Todas as medidas judiciais estão sendo tomadas para reverter essa ordem de prisão que acreditamos será revista em respeito à lei e à confiança que depositamos na Justiça". A nota é encerrada com a frase: "o Brasil será o maior país evangélico do mundo".

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Além dos Hernandes, a polícia procura pelos irmãos Antonio Carlos Ayres Abbud, Ricardo Abbud e Leonardo Abbud, sócios do casal nas dez empresas investigadas por suspeita de lavagem de dinheiro.