Juro futuro fecha em baixa, com menos inflação nos EUA

O mercado de juros doméstico acompanhou o bom humor externo, reflexo do arrefecimento da inflação nos EUA, e terminou em queda. O contrato de depósito interfinanceiro (DI) com vencimento em janeiro de 2008, o mais negociado na Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F), encerrou projetando taxa de 14,33% ao ano. Ontem, este mesmo contrato encerrou a 14,37% ao ano.

O cenário trabalhado pelo Federal Reserve (Fed, banco central dos EUA), de que a desaceleração da atividade econômica limitaria a pressão inflacionária ao longo do tempo, foi nitidamente esboçado pelos números divulgados esta manhã nos EUA. O mais aguardado era o índice de preços ao consumidor (CPI) de julho, que confirmou um quadro mais benigno de inflação. O índice cheio veio em linha com as previsões (0,4%) e seu núcleo teve uma alta menor do que a esperada (0,2%, ante expectativas de 0,3%). Ao mesmo tempo, a produção industrial de julho nos EUA cresceu 0,4% em julho, menos do que previam os analistas (0,6%).

A interpretação dos mercados é que a pausa na alta dos juros decidida pelo Fed em sua última reunião pode ser prolongada e até tornar-se "definitiva" (termo que o mercado usa mais para referir-se a uma manutenção por tempo indeterminado, até mudança de cenário), a depender dos próximos indicadores. Reduz-se assim em muito, a incerteza de antes em relação à política monetária. Por causa disso, as bolsas norte-americanas sobem.

No mercado doméstico de juros, em particular, a leitura também é positiva por causa das expectativas atenuadas sobre política monetária do Fed, favoráveis ao ingresso de capitais nos países emergentes. O dólar continua em queda aqui: no pregão viva-voz da Bolsa de Mercadorias & Futuros, o dólar negociado à vista encerrou valendo R$ 2,137, em baixa de 0,14%. Quanto mais o dólar cai, menos razões tem o mercado de juros para acreditar em pressões inflacionárias. E mais motivos tem para reforçar as expectativas de continuidade de queda da taxa básica de juros (Selic).

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