O desembargador federal José Ricardo Regueira atribuiu ontem sua prisão na Operação Hurricane (Furacão) da Polícia Federal ?a uma armação do Ministério Público.? Beneficiado por habeas-corpus do Supremo Tribunal Federal (STF), ele foi solto no sábado em Brasília e viajou ontem para o Rio. Antes de embarcar, circulou pelas lojas do Aeroporto Juscelino Kubitschek. ?Os verdadeiros criminosos estão do outro lado. Tenho bom gosto, sou requintado, as pessoas têm inveja?, disse.

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Detido no dia 13, citado em inquérito sobre um esquema de venda de sentenças para a indústria do jogo, Regueira ficou nove dias na Superintendência da PF em Brasília. Desembargador do Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF-2), no Rio, ele disparou ontem farpas também contra a PF. ?Eles me prenderam porque moro num lugar tranqüilo. Quero ver se eu mudar para a favela da Rocinha. Duvido que aqueles caras subam lá no morro para me prender.? E criticou a segurança dos aeroportos, atribuição da PF: ?Boa parte das armas usadas pelas facções chega pelos aeroportos.

Regueira está livre para reassumir seu cargo no TRF-2. O mesmo se aplica a outro desembargador libertado no sábado, José Eduardo Carreira Alvim. A Hurricane também provocou reflexos no governo do Rio. O governador Sérgio Cabral (PMDB) comentou pela primeira vez ontem o caso do secretário da Habitação, Noel de Carvalho, que teve um assessor – identificado apenas como Sergio – acusado pela PF de receber dinheiro do bicho. ?Vou conversar. Ele tem uma trajetória brilhante e merece nosso carinho.?

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo

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