Juiz manda médicos pagarem tratamento de paciente tetraplégica

O juiz da 1ª Vara Cível de Cruzeiro (SP), Otávio Tioiti Tokuda, determinou que o cirurgião plástico Jorge Roberto Pio e o anestesista Adriano César Faria paguem R$ 2.500 por mês para a assistente social Denise Giuponi Mendes, de 45 anos. Ela ficou tetraplégica, surda, muda e em estado vegetativo depois de sofrer uma parada cardíaca durante uma lipoaspiração, na Clínica Santo Antonio, de Cruzeiro, em maio deste ano. A cirurgia também era para a redução dos seios. Denise pagou R$ 5 mil pela plástica.

De acordo com o advogado de Denise, Osvaldo Marques, o pedido foi endossado pelo Ministério Público e concedido pelo juiz no dia 6 de agosto. “Ele determinou que os réus paguem solidariamente em razão do estado em que a paciente se encontra e as necessidades dela.”. A assistente social respira com a ajuda de oxigênio, não fala, não se move e se alimenta por sonda.

“A família gasta cerca de 5 mil reais por mês com remédios, fraldas e está sendo ajudada pela comunidade, em campanhas”. Marques explicou que a decisão da Justiça não é uma indenização, mas uma “antecipação parcial dos efeitos da tutela”.

O juiz reconheceu que o dano causado à saúde da assistente social é de difícil reparação e que a cirurgia foi mal-sucedida. O pagamento dos R$ 2.500 deve ser feito a partir da notificação dos dois médicos. “Sabemos que o doutor Jorge e a clínica já foram notificados”, disse o advogado.

Hoje à tarde o médico Jorge Pio informou que não foi notificado e ajudou a família da vítima com R$ 1.500. A Justiça determinou ainda que a paciente tenha assistência judicial gratuita. O pedido de indenização por danos morais é de R$ 500 mil.

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