Jogos clássicos de Luta reduzidos a mero fanservice

Matéria extraída do blog No Reset (http://noreset.wordpress.com/)
Escrita por Fernando Uehara

O jogo de luta que eu mais gosto é, sem dúvidas, a série The King of Fighters. O primeiro jogo saiu em 1994 e fez um grande sucesso, pois além de adotar o sistema de 3 contra 3, ainda era a reunião de personagens de diversas franquias famosas da SNK, como Fatal Fury, Art of Fighting e Ikari Warriors.

 
De lá pra cá, vários outros personagens famosos se reuniram sob um mesmo teto para trocar sopapos. Muitas séries ficaram famosas, como Marvel vs Capcom, Soul Calibur, Smash Bros. e tantas outras. Esse tipo de jogo atrai atenção instantânea. Quem não gosta de jogar com seu personagem preferido e bater nos outros? Isso significa que todos os jogos de luta que saem hoje em dia ou são seqüência de alguma franquia, ou são crossovers.

E é aí que mora o perigo. Há quanto tempo não temos jogos de luta completamente novos? E o que é pior: realmente precisamos de novos personagens se socando?

Jogos de luta, geralmente, são extremamente complexos. Vão além da separação de jogadores hardcore/casuais. Você pode ser o mais hardcore dos jogadores, jogar desde que nasceu, acompanhar todos os lançamentos e ainda assim não saber jogar um jogo de luta.

Ou, pelo menos, não saber soltar um especial ou fazer um combo. Quem aí consegue fazer um qcb+hcf+soco? Quem aí entendeu isso?! (É simples: qcb=quarter circle back, hcf=half circle foward. Esse é o comando de vários especiais em jogos da SNK, como o especial mais famoso de Kyo Kusanagi, o Orochinagi. [/SNK fanboy mode])

Seja pela atenção que personagens famosos atraem, seja pela complexidade dos comandos, a verdade é que jogos de luta se tornaram poços de fanservice. E muitas vezes isso afeta a qualidade dos jogos. Inovações no rol de lutadores ainda existem, mas na jogabilidade, nem tanto.

Marvel vs Capcom

Fora que as empresas pouco ou nada fazem para prender a atenção do jogador em uma campanha singleplayer. O maior exemplo disso é a própria série The King of Fighters: as versões de Playstation 2 não ocupam nem metade do disco, já que os jogos não apresentam modo história, vídeos nem nada de novo em relação às versões de arcade.

Street Fighter IV tenta compensar isso com maravilhosas cenas em anime. Soul Calibur IV adiciona horas de jogatina com modo de criação de personagens e modo online. Smash Bros. Brawl tem modo história. É bom ver que algumas franquias estão se preocupando em proporcionar horas a mais de diversão para os jogadores, mas não podemos negar que esse gênero está cada vez mais exclusivo, impedindo que mesmo jogadores hardcore que não sejam fãs tenham difícil acesso. Ou mesmo interesse.