Brasília – O deputado João Paulo Cunha (PT-SP) iniciou, há pouco, sua defesa na sessão da Câmara destinada a votar processo que pede a cassação de seu mandato, por quebra de decoro parlamentar.

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O ex-presidente da Câmara tem 50 minutos para se defender, mesmo tempo usado pelo relator Cezar Schirmer (PMDB-RS) para acusá-lo. João Paulo abriu mão dos advogados e faz, ele próprio, a defesa. Encerrada a defesa, três parlamentares falarão a favor e três, contra. Termina, então, a fase de discussão e tem início o processo de votação.

Ele é acusado de quebra do decoro parlamentar. Sua mulher, Márcia Regina, sacou R$ 50 mil das contas do empresário Marcos Valério Fernandes de Souza, considerado o principal operador do chamado "mensalão", esquema de pagamento de mesadas a parlamentares em troca de apoio ao governo.

João Paulo alega que o saque foi feito por determinação do ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares. "Eu estava convencido de que o dinheiro era oriundo dos cofres do partido", afirma. Segundo ele, os R$ 50 mil foram usados para pagamento de pesquisas eleitorais em quatro cidades da região de Osasco (SP).

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São necessários, no plenário, no mínimo 257 votos favoráveis ao parecer para que João Paulo Cunha seja cassado e perca parte dos direitos políticos, tornando-se inelegível até 2015. Se o processo for arquivado, o parlamentar poderá concorrer às eleições de outubro próximo.