João Paulo: governo não está interferindo na disputa pelo Congresso

O candidato do PT à presidência da Câmara, João Paulo Cunha, disse em entrevista exclusiva ao site AE-Financeiro, que o governo não está interferindo na definição das eleições para as presidências das mesas da Câmara e do Senado. Ele negou também que o ministro-chefe da Casa Civil, José Dirceu, tenha tomado iniciativas com esse objetivo.

João Paulo admitiu que Dirceu conversou com senadores antes da reunião da bancada do PMDB – cuja decisão para escolher o candidato do partido foi adiada ontem para o dia 31 -, com o objetivo de interferir no resultado do encontro. ?O que o ministro não pode é se negar a receber senadores que pedem audiência a ele?, disse João Paulo. ?Mas em nenhum caso ele tomou a iniciativa?

O deputado disse também que devem ser repelidas, já que segundo ele não corresponderiam à verdade, as versões segundo  as quais o PT teria lançado mão de métodos de aliciamento condenáveis para favorecer seus preferidos nessa disputa, tais como a troca de votos por cargos no governo ou no segundo e terceiro escalões federais. ?Repilo com veemência e com segurança essas versões?  afirmou ele. ?O PT não recorrerá a esses métodos como uma prática da sua ação?.

O deputado João Paulo disse que se considera em campanha à presidência da Câmara, apesar de não existir nenhum outro concorrente na disputa. Ele disse ter tomado essa decisão para discutir, desde já, a agenda legislativa desse ano com governadores e parlamentares de todos os partidos. Para implementar essas mudanças, lembrou ele, o governo precisará de maioria. ?Acredito que o presidente Lula terá uma base segura para fazer as reformas?, observou.

Embora não se considere eleito, o deputado diz que conta com 230 deputados da base aliada do governo e que para chegar a maioria absoluta (257 votos) tem conversado com todos os partidos, entre os quais mencionou a discussão do acordo que o partido fez com o PMDB, e entendimentos com ?amplos setores do PFL, do PSDB e do PPB?. Nesse quadro, João Paulo acredita que o PT já tem assegurado o controle da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), que considera a mais importante da Casa.

Voltar ao topo