Jefferson diz que distribuiu pessoalmente dinheiro dado pelo PT

O deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ), pivô da crise política estabelecida em
Brasília, disse hoje (19), por meio de sua assessora de imprensa, que cuidou
pessoalmente da distribuição dos R$ 4 milhões doados pelo PT a seu partido na
última eleição municipal. No entanto, avisou, só vai falar da distribuição
quando o PT explicar a origem do dinheiro e der um recibo ao PTB. Se isso
acontecer, disse Jefferson, mandará um adendo à Justiça eleitoral na prestação
de contas do partido do ano passado. O deputado disse, na última terça, em
depoimento ao Conselho de Ética da Câmara, que recebera a doação do PT como
parte de um acordo de R$ 20 milhões e informou que Emerson Palmieri, ex-diretor
de administração da Embratur, estava com ele no momento do recebimento. Em
entrevista ao jornal O Globo, Palmieri disse que não participou da distribuição
dos recursos, apenas colocou o dinheiro no cofre do PTB e entregou a chave a
Jefferson. O deputado confirmou a versão e disse que não vai falar por enquanto
da distribuição para não comprometer seus companheiros de partido.

Ontem,
Jefferson ficou em casa e mandou avisar aos jornalistas que não iria sair de
casa. Passou a manhã ouvindo ópera. No sábado, o deputado foi passear em um
shopping. No entanto, a experiência foi breve por causa da quantidade de pessoas
que pararam para cumprimentá-lo.

O deputado disse aos jornalistas que
cerca de 80 deputados estariam envolvidos no esquema do mensalão, a suposta
mesada paga pelo PT a parlamentares do PL e do PP em troca de apoio no
Congresso. Jefferson fez questão de deixar de fora nomes como Francisco
Dornelles (PP-RJ) e Delfim Netto (PP-SP) e esclarecer que o esquema não existia
no Senado.

Jefferson voltou a acusar o ex-ministro da Casa Civil José
Dirceu (PT-SP). "Ele terá que ser investigado (na Câmara). Ele coordena um
brutal esquema de corrupção. A partir dele, através do José Genoino (presidente
do PT), do Delúbio Soares (tesoureiro do PT) e do Silvio Pereira
(secretário-geral do PT)" disparou.

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