Irmão de Palocci fica fora da nova lista de convocados na CPI dos Correios

A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos Correios votou, nesta quinta-feira, pedidos para convocar envolvidos em denúncia de uso de caixa 2 pelo PT em Goiânia. O irmão do ministro da Fazenda, Antônio Palocci, não foi chamado.

A denúncia foi apresentada na última segunda-feira em reportagem do Jornal Nacional e envolve Ademar Palocci com financiamentos de campanhas políticas em Goiás que teriam sido feitas com recursos de caixa 2. A denúncia também relaciona o envolvimento da seguradora Interbrasil, que ajudaria no financiamento ao Partido dos Trabalhadores em troca de informações que ajudassem a fechar contratos com estatais.

O requerimento apresentado pelo deputado Antônio Carlos Magalhães Neto (PFL-BA) para convocar Ademar Palocci foi negado. A CPMI aprovou, no entanto, a convocação do dono da seguradora Interbrasil, André Marques, e do presidente da Superintendência de Seguros Privados (Susep), Renê Garcia Júnior.

Para o presidente da comissão, senador Delcídio Amaral (PT-MS), este assunto "não vai se encerrar só com esta denúncia". O senador disse que não só os depoimentos do presidente da Interbrasil e do superintendente da Susep, mas também a investigação de informações contidas em correios eletrônicos entregues pelo deputado ACM Neto à presidência da comissão levarão à convocação de Ademar Palocci na CPMI dos Correios.

O deputado leu algumas dessas mensagens eletrônicas na reunião administrativa da CPMI. Segundo ele, alguns destes e-mails podem "comprovar corrupção e tráfico de influência".

O pefelista lamentou o fato da comissão não aprovar o seu requerimento de convocação de Ademar Palocci: "Era irmão do ministro, está sendo acusado de traficar influência, o próprio André (Marques) reconheceu que procurou o Ademar (Palocci) várias e várias vezes. O nosso argumento para convocá-lo não foi o fato dele ter ocupado um cargo numa estatal, mas dele ter sido citado num e-mail e pelo próprio André na matéria do Jornal Nacional".

Já o deputado José Eduardo Cardozo (PT-SP) foi quem defendeu que, neste momento, não se aprovasse a convocação de Ademar Palocci. Segundo o parlamentar, "não se pode colocar a carroça na frente dos bois" querendo ouvir o irmão do ministro da Fazenda sem antes ter os depoimentos das pessoas envolvidas com o caso.

José Eduardo Cardozo ressaltou que o PT não vai preservar ninguém por conta de ligações de parentesco, mas julgou que é necessário estabelecer critérios de investigação. "Qualquer depoimento antes da hora pode prejudicar as investigações" acrescentou o parlamentar.

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