Irmão de líder da quadrilha que roubou o BC em Fortaleza é seqüestrado

O comerciante Antônio Jussiê Alves dos Santos foi seqüestrado hoje (1) por volta das 9 horas, em frente à clínica Gênesis, bairro Aldeota, área nobre de Fortaleza. A vítima é irmão de Antônio Jussivan Alves dos Santos, o Alemão, apontado como um dos líderes do bando que furtou R$ 164,7 milhões do Banco Central em Fortaleza, através de um túnel, em agosto. Alemão foi denunciado pela Polícia Federal, tem prisão preventiva decretada e está foragido. Este é o quinto caso de seqüestro envolvendo pessoas ligadas à quadrilha.

De acordo com a polícia cearense, Jussiê foi levado por três homens armados com pistolas quando estacionava seu carro, um Gol vermelho, em frente à clínica. Ele estava com a mulher, uma filha de quatro anos e uma sobrinha adolescente. Apenas o comerciante foi levado. Segundo testemunhas, os seqüestradores estavam em um Gol verde. Jussiê tentou resistir, mas os bandidos deram tiros para o alto e ameaçaram matá-lo. O carro do comerciante também foi levado pelos bandidos.

Jussiê e a família residem em Boa Viagem, no sertão central. Estavam em Fortaleza desde terça-feira, hospedados na casa de parentes no bairro Bonsucesso. De acordo com a polícia, os bandidos seguiam a família desde a vinda para a capital cearense.

Desde o furto ao BC, cinco pessoas ligadas ao bando foram seqüestradas. O primeiro foi Luís Fernando Ribeiro, o "Fê" que, segundo a PF, era um dos financiadores da ação contra o BC Fê foi levado, em outubro, da porta de uma boate em São Paulo. A família pagou R$ 2,1 milhões pelo resgate, mas ele acabou sendo morto. A segunda vítima foi Marli Cunha, seqüestrada em novembro e depois liberada. Ela é mulher do ex-vigilante Deusimar Neves de Queiroz, apontado como sendo a pessoa que repassou à quadrilha informações sobre o cofre.

O terceiro caso também ocorreu em novembro: o empresário José Elizomarte Fernandes Vieira, dono da revenda Brilhe Car, onde foram comprados 11 veículos com parte do dinheiro furtado. Ele passou nove dias em cativeiro, sendo liberado após pagamento de resgate. Em fevereiro, foi a vez de Rejane do Nascimento Ferreira, cunhada de Antônio Edimar Bezerra preso em setembro em uma casa no Mondubim, onde estavam escondidos R$ 12 milhões.

Até agora, 23 pessoas foram indiciadas pelo furto milionário, o maior já realizado no País. Dez continuam presas. Quatro respondem em liberdade e outras nove estão foragidas. A polícia só conseguiu recuperar pouco mais de R$ 18 milhões do dinheiro roubado.

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