O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), órgão do Ministério do Planejamento, prevê um crescimento do PIB do quarto trimestre deste ano de 1,3% em relação ao terceiro trimestre, com ajuste sazonal. A aceleração da economia neste período deve influir com um efeito positivo de 1,3 ponto porcentual sobre a expansão do PIB de 2007, segundo o diretor de Estudos Macroeconômicos do Ipea, Paulo Levy. De acordo com ele, esse chamado efeito "carry-over" é próximo ao que ocorreu de 2003 para 2004. O PIB cresceu 4,9% em 2004.

continua após a publicidade

Para o ano que vem, o Ipea projeta crescimento de 3,6%. Levy lembrou a expansão da demanda e da massa salarial como fatores que devem elevar o crescimento previsto para este ano em 2,8% para 3,6% no ano que vem. Ele disse que as medidas que o governo prepara para aumentar o ritmo de crescimento vão na direção correta no entender dos economistas do grupo de conjuntura do Ipea, ao desonerar os investimentos e estimular a construção civil. Entretanto, ele afirmou não ver condições neste momento para o PIB crescer 5%, objetivo do governo. O economista Fábio Giambiagi, do Ipea, observou que a construção civil cresceu 1,3% em 2005 e tem projeções de expansão de 5,0% este ano e de 6,2% para o ano que vem.

Giambiagi disse também que a demanda doméstica vai contribuir com 4,1 pontos porcentuais para o PIB deste ano, segundo a projeção do Ipea. Mas a demanda externa, principalmente devido ao crescimento das importações, vai contribuir negativamente com 1,3 ponto porcentual, levando ao total de 2,8%. "Se a contribuição da demanda externa fosse como a do ano passado (de 0,8 ponto porcentual), o PIB estaria crescendo 4,9% em vez de 2 8%", afirmou.

Para o ano que vem, as previsões do Ipea são de contribuição positiva de 5,1 pontos porcentuais da demanda doméstica para o PIB, mas com uma negativa de 1,5 ponto porcentual da demanda externa, levando o crescimento do PIB para 3,6%. Assim como neste ano, a influência negativa das importações deve ficar em 2 1 pontos porcentuais, mas a contribuição positiva das exportações para o PIB vai diminuir de 0,8 ponto porcentual este ano para 0,6 ponto porcentual no ano que vem. Em 2005, a contribuição das exportações foi de 2,1 pontos porcentuais positivos e das importações de 1,3 ponto porcentual negativo.

continua após a publicidade