IPCA desacelera, mas meta não deve ser atingida

Rio – A inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), em outubro, foi de 0,29%, menor do que a taxa registrada no mês anterior, que foi de 0,78%. A inflação de Curitiba ficou acima da média nacional: 0,35%, com recuo de 0,15 ponto percentual em relação ao índice de setembro (0,50%). Foi o quinto maior índice entre as onze regiões pesquisadas no País.

Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), os principais fatores que levaram à redução do índice foram a queda nos preços de produtos importantes, como o dos combustíveis, uma menor alta dos alimentos e a estabilidade nas tarifas administradas (luz, gás, telefone, água, esgoto e transportes coletivos).

De janeiro a outubro deste ano, o IPCA acumulou alta de 8,37%, próximo da meta de inflação do governo para 2003, que é de 8,5%. A Região Metropolitana de Curitiba registra a menor variação no acumulado do ano: 6,95%. Nos últimos 12 meses, a inflação nacional chega a 13,98%. Segundo a gerente do Sistema de Índices de Preços do IBGE, Eulina Nunes, apesar das quedas registradas no segundo semestre, é remota a possibilidade da inflação ficar abaixo da meta oficial (8,5%), pois ela já está bem próxima do previsto e não há histórico de deflação do índice nos últimos dois meses do ano.

A técnica citou o caso do mês de novembro, no qual a inflação será impactada pelo aumento do preço das passagens de ônibus e de energia elétrica no estado do Rio de Janeiro, área com peso grande na composição da taxa final.

A maior contribuição individual no índice do mês veio do frango, que ficou 11,3% mais caro em outubro, por causa da alta do milho. Já a maioria dos itens do grupo Alimentação e Bebidas apresentou quedas nos preços, como o da cenoura (-11,09%), o do açúcar cristal (-10,07%) e o da batata-inglesa (-9,06%). Essa redução se deve, sobretudo, à situação da safra agrícola estimada para este ano, em 122 milhões de toneladas, o que representa aumento de 26% sobre a safra de 2002, segundo o IBGE.

Outros preços que contribuíram para a queda da taxa, em outubro, foram os dos combustíveis: álcool (-3,07%), gasolina (-0,24%) e gás de cozinha (-0,47%). A isso, soma-se a redução do IPI para carros zero quilômetro e as promoções nos preços das passagens aéreas.

Eulina Nunes explicou que esse recuo da inflação é pouco perceptível para o consumidor, que permanece com a renda estável. Ela explicou que, quando os técnicos registram, por exemplo, que houve desaceleração no ritmo de crescimento dos preços das carnes (de 4,30% em setembro para 2,10% em outubro), não quer dizer que o produto barateou, apenas que ele subiu menos.

O IPCA é calculado pelo IBGE desde 1980 e serve de base para o cálculo das metas de inflação do governo. A pesquisa de preços é feita em nove regiões metropolitanas do país, além do município de Goiânia e de Brasília, tendo como referência famílias com rendimento de até 40 salários mínimos.

Ainda de acordo com o IBGE, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), que mede a inflação das famílias que ganham até oito salários mínimos, ficou em 0,39%, em outubro, abaixo da taxa de 0,82% registrada no mês anterior. Com isso, o INPC acumulou variação de 9,39% no ano e de 16,15% nos últimos 12 meses. Em outubro de 2002, a taxa foi de 1,57%. Em Curitiba, o INPC fechou com a mesma variação de setembro: 0,51%, o terceiro maior índice do País. Porém no acumulado do ano, a variação de 7,34% é a menor. O maior índice regional foi registrado em Goiânia (1,14%) e o menor em Recife (0,20%).

IPC em Curitiba caiu para 0,26% em outubro

O Índice de Preços ao Consumidor (IPC) de Curitiba, no mês de outubro, para famílias que recebem de um a 40 salários mínimos, foi de 0,26%. Em setembro, a taxa havia ficado em 0,43%. Com esses resultados, o acumulado do ano da inflação ficou em 6,28% e o dos últimos 12 meses em 11,1%. Os dados são da pesquisa realizada mensalmente pelo Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social (Ipardes).

Dos sete grupos pesquisados, o de Saúde e Cuidados Pessoais foi o de maior influência em todo o índice, apresentando alta de 1,82%. Essa variação é conseqüência dos aumentos nos planos de saúde (3,99%) item com maior contribuição positiva dentre os pesquisados pelo IPC e nos medicamentos: antiinfeccioso e antibiótico (4,61%), antigripal e antitussígeno (6,24%) e analgésico e antitérmico (4,12%).

Alimentos

O grupo Alimentos e Bebidas apresentou alta de 0,76%, e foi o segundo de maior influência no índice geral. O tomate foi o item de maior peso neste grupo (42,67%). Outros itens que contribuíram para esse resultado foram, com alta de preços, frango inteiro resfriado (10,55%), almoço e jantar (1,06%), maçã (16,92%), laranja pêra (13,82%) e coxão mole (8,27%). Com queda de preços: leite pasteurizado (3,17%), batata-inglesa (10,41%), ovo de galinha (8,78%) e açúcar refinado (4,77%).

O grupo Transporte e Comunicação foi o de maior influência negativa em todo o índice, com queda de 0,36%. Como principais influências neste grupo, destacaram-se álcool combustível (-7,79%) item com maior contribuição dentre todos os pesquisados pelo IPC , gasolina (-1,40%) e automóvel de passeio e utilitário usado (-0,23%). Com alta de preços, destaca-se o aumento em seguro voluntário de veículo (10,34%).

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