IPC-S fecha em 0,09% e interrompe série de deflações

Após seis deflações consecutivas, o Índice de Preços ao Consumidor – Semanal (IPC-S) voltou a subir. O indicador de até 30 de setembro ficou em 0,09%, ante queda de 0 08% apurada no período anterior. Segundo a Fundação Getúlio Vargas (FGV), os aumentos nos preços da taxa de água e esgoto residencial (5,29%) e gasolina (4,75%) impulsionaram a índice. "Se não fossem os reajustes em taxa de água e gasolina, o IPC-S teria caído 0,16%", afirmou o economista da FGV, André Braz.

O IPC-S anunciado, nesta segunda-feira, também foi a maior taxa em quase dois meses. Braz informou que o núcleo da inflação do varejo, que exclui as principais altas e quedas de preços, subiu 0,29%, ante aumento anterior de 0,07%. Mas, para o economista da FGV, a aceleração da taxa do núcleo não é preocupante. "Na verdade, o nível de núcleo de 0,29% a 0,30% é o ideal para o nível de inflação que temos", afirmou Braz.

O próximo resultado do IPC-S, de até 7 de outubro, deve apresentar variação positiva e até "aceleração", segundo o economista da FGV. Os recentes aumentos nos preços de gasolina e da taxa de água vão continuar pressionando para cima o resultado do indicador. "Pode subir, mas não vai ser uma disparada de preços", disse.

O economista comentou que as tarifas e preços administrados foram os principais responsáveis pela aceleração na taxa do indicador. Os aumentos de preços em habitação (de 0 32% para 0,42%) e transportes (de 0,96% para 1,55%), influenciados respectivamente por elevações em taxa de água e em gasolina, foram os que mais influenciaram o IPC-S. "Mas não podemos nos esquecer das deflações mais fracas em vestuário (de -0,64% para -0,10%) e em alimentação (de -1,19% para -1,03%)", disse Braz.

No caso de vestuário, o setor está sendo afetado pelo fim do auge das liquidações relacionadas à coleção outono/inverno, visto que a coleção primavera/verão já chegou às lojas. Já a deflação mais fraca nos preços dos alimentos foi influenciada pelo movimento de alta nos preços das carnes, como frango inteiro (3,79%); carnes bovinas (0,02%); e pescados (1 02%).

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