Investimentos mudaram perfil do Porto de Paranaguá, ressalta Requião

O superintendente da Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina ? Appa, Eduardo Requião, disse que a ?família parnanguara? pode se sentir orgulhosa pois, pela primeira vez, uma reportagem ampla do programa ?Fantástico?, da Rede Globo de Televisão, não inclui o porto na rota de prostituição no País.

?O Porto de Paranaguá foi o único, dos grandes portos, que ficou de fora da matéria o que compensa toda a luta ? uma verdadeira batalha política ?, que tivemos, para devolver à população de Paranaguá, a dignidade que sempre fez por merecer?.

Ele acrescentou que se sentiu muito confortado com a matéria exibida, pois foi um dos mais vorazes combatentes contra a prostituição, principalmente a infantil, na área adjacente ao porto, na qual incluem-se o pátio de triagem e a Avenida Portuária. As obras executadas pela atual administração portuária no pátio de triagem de caminhões e na Avenida Portuária ? num investimento total de mais de R$ 1,08 milhão ? estão mais de 50% concluídas e garantirão a retomada da segurança nesses locais.

As novas cantinas da Avenida Portuária serão pontos de turismo, porque serão instaladas em frente ao porto, onde grades permitirão às pessoas visualizar toda a movimentação portuária. No pátio de triagem, cantinas sem qualquer infra-estrutura foram demolidas, dando espaço a novos conjuntos comerciais padronizados e com toda infra-estrutura para atendimento aos caminhoneiros. Só no ano passado, 340 mil caminhões passaram pelo local.

Banheiros femininos e masculinos, borracharia, área para churrasqueiras e uma nova sede para a administração do pátio e controle da entrada fazem parte das obras em execução. No total, serão 26 espaços comerciais distribuídos em 16 edificações, disponibilizando total conforto e atendimento padronizado.

O objetivo é acabar com uma situação como a retratada em todos os veículos de comunicação do País divulgada em junho de 2002, quando ?moradores? do pátio público de triagem foram impedidos de entrar no local. Na época, o cabo do Exército, Jairo Alvez, dizia morar há 18 anos no local. A situação vivida por ele era retratada como um dos vários exemplos existentes no pátio.

As mudanças realizadas pela atual administração portuária no pátio público de triagem tiveram o objetivo de erradicar problemas que, há anos, faziam parte da rotina dos usuários do local. Pessoas que há mais de 20 anos moravam no pátio, fazendo das precárias cantinas suas residências, dividiam espaço com a venda de bebidas alcoólicas, cassinos clandestinos, casos de tráfico, prostituição e, inclusive, pedofilia.

No local, os proprietários das cantinas fizeram suas moradias durante 20 anos, porém, sem as mínimas condições de saneamento e higiene. Em fevereiro deste ano, a APPA conseguiu a reitegração de posse, onde a Justiça considerou os treze cantineiros como invasores, porque não possuíam direitos sobre a área onde mantinham suas cantinas.

Problema histórico

A área do pátio de triagem do Porto de Paranaguá foi desapropriada pelo Departamento Nacional de Estrada de Rodagem (DNER), na década de 80 para ser utilizada pela Appa. Decreto Federal assinado em 2002 pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso dita que a Autarquia é a administradora de todo o Patrimônio da União dentro do porto organizado e em retro áreas, que são utilizados para a operação portuária, inclusive o pátio de triagem.

As cantinas foram construídas ilegalmente na década de 90 e foram resultado do isolamento do pátio de triagem do setor comercial de Paranaguá. Por causa desta distância, os caminhoneiros sentiam falta de uma estrutura para fornecimento de alimentação e banheiros, por exemplo. Com o tempo, novas permissões foram dadas sempre de modo verbal, para que novas cantinas fossem erguidas, dando origem ao problema, solucionado pela atual administração.

Segurança

A segurança dos caminhoneiros foi reforçada com a iluminação no pátio de triagem e no percurso de 17 quilômetros que os caminhões faziam entre o pátio e as moegas dos armazéns, num investimento de R$ 175 mil. São mais de 250 refletores instalados no cais público e 250 no pátio de triagem, com capacidade total de 200 mil watts de potência a mais do já instalado.

Essa capacidade e o equipamento utilizado permite maior agilidade nos embarques e desembarques noturnos e tem, como peculiaridade a qualidade de ?quebrar? a neblina, permitindo a movimentação dos trabalhadores e veículos, em condições de maior segurança e agilidade nas operações.

Neste setor, o porto reformou um gerador que estava há mais de 5 anos parado, o qual permitiu movimentação ininterrupta. O convênio com a Copel que implementou melhorias nas subestações elétricas e em toda a rede de distribuição de Alta Tensão.

Até mesmo as chuvas intermitentes ameaçavam o funcionamento do sistema de energia e de informática do Porto de Paranaguá. No início de 2004, a imprensa noticiou: ?… pela manhã, a fila de caminhões chegou ao km 15, devido à queda de energia no pátio de triagem do Porto de Paranaguá. Com os computadores desligados, não houve movimentação de caminhões das 7h às 9h. Mas assim que o problema foi sanado, em poucas horas a situação ficou normalizada?.

?O Porto que era famoso por suas paralisações elétricas, este ano não parou. Sem essa transformação, a rotina dos motoristas era num verdadeiro caos. Ladrões agiam sem medir conseqüências, aproveitando a escuridão para assaltar motoristas e levar pertences dos caminhões. Dos inúmeros casos de assaltos e furtos, o trabalho da Guarda Portuária em conjunto com Polícia Militar reduziu a zero as ocorrências envolvendo caminhoneiros na área portuária?, comentou o superintendente da Appa, Eduardo Requião.

Em 2003, a Polícia Militar registrou 41 casos de roubo e 62 de furto qualificado. No ano passado, foram 8 casos de roubo e 5 de furto qualificado e nesse ano, até julho, foram 3 registros de roubo e 2 de furto qualificado.

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