Inverno rigoroso aumenta risco de intoxicação por monóxido

Quanto mais rigoroso o inverno, maiores são as probabilidades de pessoas se intoxicarem com monóxido de carbono ao tentarem se aquecer em ambientes fechados. Nestas últimas semanas, em que as temperaturas caíram muito em Curitiba, os agentes do Corpo de Bombeiros estão em alerta em relação ao problema.

“Felizmente, neste ano, ainda não foi verificado nenhum caso de intoxicação por monóxido”, comenta o relações públicas do Corpo de Bombeiros, tenente Leonardo Mendes dos Santos. “Acredito que as pessoas estejam um pouco mais conscientes sobre o assunto e espero que nenhum acidente aconteça.”

Em 1999, foram quinze mortes por intoxicação. Em 2000, nove. Em 2001 e 2002, uma morte por ano.

Vítimas

Geralmente, são vítimas do monóxido de carbono pessoas de menor poder aquisitivo, que não podem comprar um aquecedor. Na tentativa de esuquentar os ambientes, as pessoas fecham todas as portas e janelas e acabam acendendo fogo dentro de casa. Na maioria das vezes queimam carvão ou álcool dentro de latinhas metálicas.

“Como fica tudo fechado e o ar não se renova devido à falta de ventilação, o fogo acaba consumindo o oxigênio presente no ambiente”, explica Leonardo. “O resultado da queima incompleta é o monóxido de carbono que, quando inspirado, age diretamente na corrente sangüínea, não permitindo a circulação normal do oxigênio.”

Segundo o tenente, as pessoas que estão no ambiente fechado começam a se sentir sonolentas e tontas. “Se não sabem que os sintomas estão sendo causados pelo monóxido, não procuram abrir as portas e janelas, se julgam cansadas e acabam desmaiando”, alerta. “Se não forem socorridas rapidamente, morrem.”

Nas classes sociais mais altas, o mesmo problema costuma ser verificado devido à utilização incorreta de aquecedores à gás. Se os aquecedores não forem instalados de forma correta e não passarem por manutenção periódica, também podem liberar monóxido de carbono.

“Na hora de instalar um aquecedor a gás, as pessoas devem procurar empresas idôneas e que lhes ofereçam serviços constante de manutenção”, diz o bombeiro. “”Outra dica é ficar sempre atento à cor da chama do aquecedor: se ela estiver azul, é sinal de que está tudo certo e de que não há riscos, pois a queima é completa e libera apenas dióxido de carbono e vapos d?água. Se estiver amarela, é sinal de que alguma coisa está errada e de que está havendo liberação de monóxido.”

No caso da queima de carvão e de álcool em ambientes fechados, também existe o risco de incêndio.

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