Brasília ? Na cerimônia de envio de projeto de lei para estimular a produção audiovisual no país, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva classificou como "cena de vandalismo" a invasão de ontem (6) na Câmara dos Deputados, feita por integrantes do Movimento de Libertação dos Sem Terra (MLST).
Segundo o presidente, as pessoas podem protestar contra a atuação dos parlamentares, mas não usando a violência. "O que vimos ontem não foi uma cena de democracia, foi uma cena de vandalismo de pessoas que perderam o limite de responsabilidade no trato da coisa pública", disse. "Quem praticou vandalismo pagará pelo vandalismo praticado. Quem pratica democracia será beneficiado pela democracia que nos estamos construindo", acrescentou.
Lula ressaltou o período em que o Congresso Nacional ficou fechado, durante a ditadura militar. "Vocês são testemunhas de que este país era muito menos seguro e era menos gratificante quando a gente não tinha o Congresso Nacional funcionando, fechado pelo autoritarismo brasileiro", acrescentou.
O presidente lembrou que começou a vida política nos movimentos sociais e sindicais e que sempre defendeu o respeito os limites impostos pela democracia. "Na minha cabeça sempre permeou a certeza de que a democracia também nos impõe limites de responsabilidade e limites das coisas que podemos ou não fazer. Na medida em que extrapolarmos os limites impostos pela democracia, estaremos cometendo atos ilegais, e, portanto, estaremos à disposição de pagar o preço de desrespeitar a democracia", afirmou.
De acordo com ele, durante seu governo, as portas do Palácio do Planalto foram abertas para receber quem desejasse reivindicar, como pequenos agricultores e sem-terra. "Aqui já entrou sem-terra, sem -teto, todo tipo de movimento que vocês possam imaginar. Nunca, em nenhum momento, criamos qualquer dificuldade para que o movimento pudesse vir aqui, entregar reivindicações, reclamar. E vamos continuar agindo assim", destacou.