Inflação dá sinais de desaceleração, diz coordenador da Fipe

O ligeiro recuo de 0,05 ponto porcentual na taxa de inflação medida pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) na primeira quadrissemana de dezembro – período de 30 dias encerrado no último dia 7 reforçou a percepção de que a variação anual dos preços sofreram maior influência no período entre outubro e novembro.

A análise foi feita pelo coordenador da Pesquisa de Preços da Fipe, Heron do Carmo, ao comentar a inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor (IPC) de 2,60% apurada na capital paulista na primeira quadrissemana de dezembro e compará-la com variação de 2,65% no decorrer do mês de novembro. Esta pequena desaceleração do IPC-Fipe foi provocada basicamente pelos grupos Alimentação e Transportes, justamente os itens que mais subiram entre o final de outubro e início de novembro, quando se verificou o pico da desvalorização cambial.

De acordo com Heron, este comportamento dos preços, na ponta do consumidor, deve se acentuar no decorrer do mês de dezembro com a segunda quadrissemana já podendo apresentar uma taxa em torno de 2,20%, o que projeta para o mês um IPC entre 1% e 1,28% – nível de outubro. Na avaliação do economista, o índice poderá atingir no máximo 1,5%, que é quase a metade da taxa verificada em novembro.

Segundo Heron, uma boa indicação de que a inflação deverá perder fôlego é a variação ponta-a-ponta registrada por alguns produtos, em especial os mais sensíveis à variação cambial. O açúcar, por exemplo, que na segunda semana de novembro com relação a mesma semana de outubro, havia subido 57%  registrou alta de 13,13% na primeira semana de dezembro, ante a igual período de novembro. No entanto, ele pondera que essas variações ainda são expressivas, mas que já dão uma noção da desaceleração dos preços.

O economista ressalta que a primeira quadrissemana de dezembro ainda sofre influência do impacto dos preços no final do mês passado, o que evidencia ainda mais a possibilidade de desaceleração dos preços.

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