Indústria deve crescer menos em 2006, prevê mercado

O mercado financeiro não mexeu em suas projeções para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro em 2006 que, pela nona semana consecutiva, está em 3,60%, mas, respondendo à surpresa negativa da semana passada, reduziu de 4,15% para 4% a estimativa para o aumento na produção industrial este ano. Os dados são da pesquisa semanal Focus, feita com 100 instituições financeiras e divulgada hoje. Na semana anterior, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou que a produção na indústria caiu 1,7%, abaixo das expectativas.

Para 2007, tanto a projeção para o crescimento do PIB, como a da produção industrial ficaram inalteradas em, respectivamente, 3 70% e 4,50%. Para a relação dívida líquida/PIB, o mercado reduziu ligeiramente sua previsão para 2006, de 50,50% para 50 40%, mantendo em 49,20% a estimativa para 2007.

O mercado financeiro também revisou, para baixo, as apostas para o câmbio neste ano, que passou de R$ 2,23 para R$ 2,20. Segundo o levantamento, a expectativa para o dólar passou de R$ 2,35 para R$ 2,34 para o fim de 2007. Já para o final de agosto, o mercado manteve em R$ 2,19 a aposta para a taxa de câmbio. A taxa de câmbio média esperada para 2006 recuou marginalmente de R$ 2,20 para R$ 2,19, mas ficou inalterada em R$ 2,28 para 2007.

Já as estimativas para o superávit na conta de transações correntes do Balanço de Pagamentos em 2006 foi revisada para cima e passou de US$ 8,65 bilhões para US$ 8,80 bilhões. Na mesma direção, mas de forma um pouco mais discreta, o mercado financeiro também alterou a projeção para a balança comercial este ano, de US$ 40 bilhões para US$ 40,05 bilhões.

As projeções para a entrada de Investimentos Estrangeiros Diretos (IED) para 2006 também subiram, passando de US$ 15 bilhões para US$ 15,50 bilhões. Para 2007, as projeções para os três indicadores acima ficaram inalteradas.

IPCA

Porém, o mercado financeiro manteve inalteradas as previsões para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de 2006 e de 2007, em 3,74% e 4,50%, respectivamente. Houve uma discreta redução nas expectativas das instituições Top 5 (aquelas que mais acertam suas apostas) para a inflação de 2006 no cenário de médio prazo, de 3,53% para 3,52%. Ainda ocorreu uma elevação nas estimativas para o IPCA nos próximos 12 meses (suavizada), que passaram de 4,41% para 4,45%. Para julho, o mercado manteve em 0 15% a previsão para o IPCA (o resultado oficial será divulgado pelo IBGE na sexta-feira). Para agosto, a estimativa do mercado caiu de 0,32% para 0,31%.

A projeção dos analistas para o Índice de Preços ao Consumidor (IPC) da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) em 2006 avançou de 2,31% para 2,32%, enquanto que para o ano que vem houve redução, de 4,25% para 4,23%.

Selic

Depois da revisão para baixo, na semana passada, o mercado financeiro manteve em 14% sua projeção para a taxa Selic no fim de 2006. Para 2007, a projeção também ficou inalterada em 13%. Tampouco houve movimentação na estimativa para a taxa básica de juros em agosto, que ficou em 14,50%, ou seja, projetando corte de 0,25 ponto porcentual na reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), no fim deste mês. A estimativa para a média da taxa Selic em 2006 ficou em 15,28%, enquanto para 2007 houve redução marginal, de 13,59% na semana passada para 13,58%.

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