De acordo com Mello, um dos setores que mais influenciaram essa queda da previsão é o de máquinas agrícolas, em razão de ter cessado o financiamento a partir de julho. O levantamento feito pela Abimaq mostra que nos primeiros seis meses do ano o setor vinha faturando cerca de R$ 400 milhões ao mês. Em julho, houve um salto para R$ 1,1 bilhão e, depois, caiu para zero.
Segundo ele, houve um erro na resolução do Conselho Monetário Nacional (CMN) a respeito de quem seria o responsável por assumir os riscos da diferença entre a inflação e os índices da TJLP no caso de financiamentos para máquinas agrícolas. “Somente em setembro houve solução para o problema, mas o período para as compras de máquinas agrícolas já tinha passado”, lamentou. Além disso, o panorama não era o melhor para a agricultura, em razão da queda no preço da soja e do algodão e o aumento no valor do petróleo.
No setor industrial, Mello reclamou da “elevação brutal” no preço do aço. “Nos primeiros oito meses do ano, o aço subiu 75% na indústria”, disse. Segundo ele, o aço tem peso médio de 17% no custo de produção de máquinas. Se fosse levado em conta somente esse aumento, os maquinários deveriam ter um reajuste de 13% no preço final, mas esse aumento foi em média de 10% entre janeiro e agosto. “Isso coloca em risco os números do setor, que estavam em uma curva ascendente muito boa”, afirmou.
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