Rio de Janeiro – O Índice de Confiança da Indústria (ICI), divulgado nesta terça-feira (31) pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) com base na Sondagem Conjuntural da Indústria da Transformação, recuou de 2,2% em outubro ante setembro. Pela primeira vez o índice foi calculado com base em seis itens da sondagem.
O coordenador do núcleo Banco de Dados de Empresas da FGV, Aloísio Campelo, explicou que embora o nível de confiança tenha caído de 110 pontos para 107,6 pontos, ainda mostra um quadro de aquecimento industrial moderado. Já na comparação com outubro do ano passado, houve elevação de 5,2%.
?De certa forma ele (ICI) pode ser associado a um período de crescimento?, observou. Segundo Campelo, esse recuo não significa que a indústria esteja entrando em fase de recessão. ?A queda de outubro sinaliza que a indústria pode estar novamente com possibilidade de passar por um período de desaceleração. Significa que em vez de crescer a uma taxa anualizada de 4%, vai crescer a uma taxa de 3%?, explicou.
O fato do ICI ter caído em outubro em relação a setembro não quer dizer necessariamente queda da produção, destacou o economista. O índice ficou compatível com uma taxa de crescimento moderado, disse.
Aloísio Campelo esclareceu que ao longo do mês de outubro a indústria apresentou um crescimento lento e instável, ?passando por alguns solavancos ao longo do percurso porque o crescimento não está disseminado por todos os setores, como foi em 2004?.
Ainda segundo a pesquisa, a expectativa de 20% dos industriais pesquisados em outubro é redução da produção no próximo trimestre, contra 13% em setembro. Entre as empresas que programam ampliação da produção, a parcela caiu de 39% para 36%.
Já as avaliações sobre a situação atual melhoraram de setembro para outubro. A proporção de empresários que acreditam que a demanda global presente será forte subiu de 16% para 18%, contra 10% que a projetam fraca.
Foram consultadas 1.051 empresas no período de 2 a 27 deste mês.
A Sondagem está completando 40 anos de divulgação.