A Delegacia de São José dos Pinhais, na região metropolitana de Curitiba, já identificou outras sete pessoas suspeitas de fazer parte de uma megaquadrilha especializada em assaltos a residências, que agia no Paraná e em Santa Catarina. O grupo seria comandado pelo empresário do ramo de factoring (troca de cheques pré-datados por dinheiro) Walter Dal Toso Junior, que está foragido. Desde o começo do ano, o grupo teria sido responsável por cerca de 100 assaltos em Curitiba e região.
Dentre os nomes descobertos pela polícia, quatro pessoas já estão presas e outras três estão sendo procuradas pela polícia. "Com essas informações descobrimos o real tamanho da quadrilha. O grupo tinha vários ‘braços’ em Santa Catarina e, principalmente, em São Paulo", disse o delegado Osmar Dechiche, que comanda as investigações do caso. A polícia chegou aos nomes, depois de ouvir depoimentos de vítimas dos roubos.
Dentre os suspeitos de fazer parte da quadrilha estão sendo procurados William Alves Ferreira, Ediclei Pereira da Costa e Jeferson Almeida de Oliveira. Todos são da cidade de Santo André, em São Paulo. Já estão presos Sandro de Souza da Silva, detido em Florianópolis (SC), Sérgio Andrei Vieira, de Blumenau (SC), André Luiz Delega e Cláudio Luis Raton, ambos de São José dos Pinhais.
Além de intensificar as buscas aos foragidos, Dechiche informou que vai solicitar à justiça, até o fim desta semana, o seqüestro de bens de Júnior. "Queremos assegurar, de alguma maneira, que as vítimas vão receber seus bens novamente ou ser indenizadas", completou.
Armas
Os policiais da delegacia de São José dos Pinhais encontraram uma pistola, 90 cartuchos para pistola e 205 cartuchos para escopeta calibre 12, na casa de um parente de Walter Dal Toso Júnior. A polícia não divulga o nome do parente para não atrapalhar as investigações, mas afirma que ele foi ouvido em depoimento e confirmou que os assaltos foram liderados por Júnior. "Essa apreensão indica a periculosidade e o potencial e organização da quadrilha", acrescentou Dechiche.
Histórico
Na segunda-feira, a polícia apresentou sete homens acusados de participar dos assaltos em Curitiba e região desde o começo deste ano. Todos são da cidade de Mauá, estado de São Paulo. O líder do grupo, Walter Dal Toso Júnior, é conhecido no meio empresarial e político de São José dos Pinhais. Ele teve a prisão decretada no mês passado, em Florianópolis, por roubo. Através de sua atividade comercial, Júnior acompanharia a movimentação financeira de suas vítimas e montaria um "dossiê" com dados da família a ser assaltada.
Segundo a polícia, o material era entregue a grupos criminosos de São Paulo e Santa Catarina, contratados para prestar o serviço. "Ele terceirizava o assalto. Era estabelecido um rodízio entre os bandidos para não ‘queimar’ os assaltantes. Por isso também os grupos eram trazidos de outros Estados", explicou o delegado Osmar Dechiche. Ainda de acordo com o delegado, Júnior ficava com 50% do que era roubado e usava o restante para custear os gastos com o assalto, como o aluguel de carros e a pagamento dos assaltantes.