Vinte médicos veterinários ligados ao Departamento de Fiscalização (Defis) da Secretaria de Agricultura e do Abastecimento do Paraná estão participando do treinamento "Métodos de diagnóstico e controle da brucelose e tuberculose animal", ministrado por pesquisadores do Instituto Agronômico do Paraná (Iapar). As atividades começaram nesta segunda-feira e prosseguem até sexta-feira, com aulas teóricas no centro de treinamento da sede do Instituto, em Londrina, e práticas, na Estação Experimental de Ibiporã. É o primeiro de uma série de 26 cursos, que prevêem a capacitação de 115 técnicos.

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O treinamento visa habilitar médicos veterinários para a realização de diagnósticos e certificação de rebanhos bovinos e bubalinos, e é pré-requisito para que o técnico atue no Programa Nacional de Controle e Erradicação da Brucelose e Tuberculose Animal (PNCEBT), criado em 2001 pelo Ministério da Agricultura para promover a competitividade da pecuária nacional.

As duas doenças são causadas por bactérias. A brucelose (gênero Brucella) afeta o sistema reprodutivo dos animais, causando abortos e nascimento de animais fracos. De acordo com o pesquisador Laerte Francisco Filippsen, coordenador do curso, estima-se que, no Brasil, cause redução de 15% na produção de bezerros e 25% na produção de carne e leite.

Já a tuberculose (gênero Mycobacterium) provoca lesões nas vias aéreas e, na forma ampliada, em órgãos como fígado e intestinos. Causa diminuição na produção de carne e leite e "pode levar à necessidade de sacrificar animais de alto valor zootécnico", afirma o pesquisador Inácio Afonso Kroetz, um dos instrutores do curso. De acordo com Kroetz, a doença chega a causar 25% de perdas na eficiência produtiva dos rebanhos brasileiros.

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Ambas são zoonoses ? podem ser transmitidas ao homem. Para o consumidor não correr riscos, os pesquisadores alertam que a população deve consumir somente produtos inspecionados.