Um dos porta-vozes mais afoitos de Renan Calheiros (PMDB-AL), presidente do Congresso Nacional, o também peemedebista senador Wellington Salgado (MG), tem ecoado que a sessão secreta marcada para amanhã no Senado da República deverá significar aos renanzistas fiéis ?a hora da onça beber água?.

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Além da tosca retórica, inteiramente deslocada nas intervenções de quem se apresenta como proprietário duma rede de cursinhos e faculdades em seu estado natal, a melopéia de Salgado, que chegou ao Senado sem precisar de um solitário voto (é suplente do ministro Hélio Costa), num código fácil de decifrar, se destina a assegurar que a cassação do mandato de Renan poderá trazer pesados contratempos para alguns senadores.

A razão é singela: o presidente do Congresso Nacional sabe mais da vida pregressa de muitos senadores do que eles próprios imaginam, e esse é um argumento de peso na situação extrema de tomar uma decisão política semelhante.

Renan gastou o feriadão telefonando aos colegas, em primeiro lugar para cabalar votos, mas também para reforçar o pedido de leitura cuidadosa do memorial que fez chegar às mãos de cada um dos 81 integrantes do Senado.

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A sessão será fechada, mas o senador Jéferson Peres (PDT-AM) prometeu lutar por sua abertura, com base na própria Constituição.

Renan perderá o mandato se o relatório de Marisa Serrano (PSDB-MS) e Renato Casagrande (PSB-ES) receber o sim de 41 senadores. O final é imprevisível, porém a diferença será mínima na vitória ou na derrota.

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