Heloísa diz que respeita passado de Lula, não o presente

A candidata do PSOL à Presidência da República, senadora Heloísa Helena, disse que respeita o passado, mas não o presente do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Na sabatina com presidenciáveis promovida hoje pelo Grupo Estado, ela deu a entender que Lula teria esquecido de seu passado pobre e, agora, serve os mais ricos.

"Eu respeito o passado do presidente, eu respeito a sua infância. Agora, eu não respeito seu presente", afirmou. "O presidente da República nasceu numa família pobre, teve o tempo todo para dialogar com a população pobre e o seu governo serve aos mais ricos, ao capital financeiro, aos corruptos. Para mim, o mais importante não é a infância que eu tive. O mais importante para mim é que eu passei pelo Senado da República e não me vendi", criticou.

Indagada se poderia ser comparada com o candidato Lula de 1989, quando o petista defendia ideais mais à esquerda que hoje e foi derrotado por Fernando Collor de Mello, a senadora limitou-se a negar: "Deus me livre", disse, provocando risos. "Desculpe-me, mas é que eu não consigo dissociar o passado do presente", acrescentou.

Sobre a possibilidade de sua candidatura absorver votos de protesto da população contra a situação atual da política brasileira, ela destacou que essa interpretação não representa uma desqualificação de sua campanha. "Pelo contrário, fico muito alegre. Se as pessoas interpretam na nossa candidatura a possibilidade de protestar contra esse tipo de política econômica, de inserção subordinada ao capital financeiro ou aos interesses comerciais das grandes nações, a essas expressões de banditismo político de vigarice eleitoral, eu tenho obrigação de me sentir muito feliz", afirmou.

Heloísa Helena assegurou que não faria, para conseguir mais votos ou novas alianças, uma nova "Carta ao Povo Brasileiro", distribuída por Lula na campanha de 2002, na qual prometia que não haveria mudanças radicais na política econômica do País. "Em relação à Carta ao Povo Brasileiro – que de fato era ‘Carta aos Banqueiros’ – esse tipo de concessão não haverá", garantiu.

Indagada sobre o que pensava sobre um eventual voto em seu nome ou apoio de adversários políticos, como o ex-governador do Rio de Janeiro Anthony Garotinho (PMDB), a senadora defendeu a escolha democrática do povo, mas ressaltou que nunca encontrou com o peemedebista. "Eu não posso dizer que tenho apoio de ninguém. Se quer votar em mim e eu nunca encontrei, então não tem apoio", explicou.

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