Hamilton Lacerda será interrogado novamente pela Polícia Federal

Nos próximos dias, o delegado da Polícia Federal Diógenes Curado Filho, responsável pelo inquérito do dossiê Vedoin, vai ouvir de novo Hamilton Lacerda, ex-assessor de campanha do senador Aloizio Mercadante (PT) ao governo paulista. Ele foi flagrado com uma mala pelo circuito de TV no hotel em que a PF prendeu Valdebran Padilha e Gedimar Passos. Na mala estaria pelo menos parte do R$ 1,75 milhão levado aos dois. A PF considera ‘fraca’ a versão de Lacerda de que na mala levava um laptop e material de campanha.

Na reinquirição, Curado quer confrontá-lo com dados obtidos na quebra de seu sigilo telefônico e nas apurações sobre seus deslocamentos nos dias que antecederam a prisão de Gedimar e Valdebran. O cruzamento de ligações de mais de 800 telefones feito pela PF também revelou um misterioso personagem: Ana Paula uma jovem paulista que aparentemente não tem relação com o dossiê Vedoin. Conforme as investigações da PF, um celular em nome de Ana Paula teria sido usado por Lacerda.

O celular (pré-pago) ligou 24 vezes diretamente para Jorge Lorenzetti, o churrasqueiro predileto do presidente Lula e suspeito de ser o arquiteto da operação de compra do dossiê; outras 33 vezes, para um celular do comitê de campanha de Lula, e 11 vezes para Gedimar.

O pré-pago também recebeu ligações. Foram pelo menos 10 originárias de um celular em nome do comitê de Lula; seis de Lorenzetti e duas de Gedimar. Um dos telefonemas feitos por Gedimar supostamente para Lacerda ocorreu exatamente no dia 15 de setembro, quando foi preso pela PF com o dinheiro nas mãos. O advogado de Lacerda, Alberto Zacharias Toron, disse que só comentará sobre as supostas ligações depois de ‘examinar os autos’.

O exame das chamadas reforçou a conclusão de que a operação teria sido conduzida por integrantes do núcleo da campanha de Lula, e não um ato isolado do comitê de Mercadante.

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