Às vésperas de completar 30 anos, domingo, Gustavo Kuerten está preparando o retorno às quadras. Só não sabe quando. Ontem, em entrevista coletiva em Florianópolis, na loja em que vende as roupas de sua grife, Guga afirmou que especulações sobre sua aposentadoria nunca tiveram fundamento. "Quem me acompanha de perto sabe que meu objetivo é completamente diferente. O Agassi jogou até os 36 anos em nível altíssimo", lembrou, acrescentando que se sente em condições de jogar de igual para igual com tenistas mais jovens
Guga afirmou que já retomou um ritmo de treinamento praticamente normal, com o cuidado de não chegar a seus limites para evitar que a lesão no quadril reapareça. "Ainda estou um pouco aquém do máximo", reconheceu
A cautela tem razão de ser. Há cerca de dois meses, apesar do diagnóstico de bursite, Guga acreditou que poderia jogar normalmente. Forçou demais e teve de parar. "Entre o remédio e o veneno a diferença é a dose", disse o tenista, explicando que o esforço para retomar a forma técnica e física acabou agravando o quadro. Por isso, evita falar em data para voltar a competir e diz que são remotas as chances de integrar a equipe brasileira da Copa Davis para o confronto com a Suécia, entre os dias 22 e 24, em Belo Horizonte, pelo playoff do Grupo Mundial. Hoje, calcula, está em 70% da forma física. Planeja competir no Pan-Americano de 2007, no Rio, mas espera disputar outros torneios antes
A rotina de Guga inclui sessões de fisioterapia duas vezes por dia e duas horas de treino em quadra. Falta enfrentar o desafio de movimentos mais amplos e readquirir a capacidade de executá-los automaticamente na velocidade que uma partida de alto nível exige. Assim, o negócio é controlar a ansiedade de voltar a jogar logo. "A convivência com Larri Passos (o ex-técnico) me ensinou a enfrentar as decepções.
Guga aproveitou os dois últimos meses para se dedicar mais à sua grife de roupas. "Tem sido meu lazer", disse, salientando que não está preocupado em associar o sucesso do empreendimento ao seu retorno ao circuito. "Depois que eu parar, quero que a marca siga seu caminho.