Guerra de palavras

Um dos militares mais respeitados das Forças Armadas da Venezuela, o general do Exército Raúl Baduel, ex-ministro da Defesa do governo Chávez, aconselhou o governo colombiano a não levar em consideração as recentes declarações do presidente venezuelano quanto à decisão de Washington de fomentar uma invasão armada colombiana do território da Venezuela.

?Suplico que o povo colombiano ignore essa verborragia desrespeitosa, mantendo seu esforço para a paz?, declarou Baduel ao diário El Tiempo, editado em Bogotá, segundo relataram as agências internacionais.

Até o ano passado, o general Raúl Baduel desfrutava da inteira confiança do presidente Hugo Chávez, a quem servia como fiador da lealdade constitucional das Forças Armadas aos projetos e ações governamentais.

Contudo, o apreço respeitoso mútuo entre Chávez e o general acabou quando o ministro da Defesa ousou contrariar a suspicácia do presidente de se manter no cargo por prazo ilimitado, opondo-se à reforma constitucional proposta pelo líder da revolução bolivariana.

Baduel afiançou, ainda, que esse discurso descontrolado objetiva recuperar o terreno perdido internamente com a amarga derrota sofrida na recente consulta popular. A estratégia de Chávez é de atribuir ao presidente Álvaro Uribe, da Colômbia, a concepção de um plano de agressão bélica contra a Venezuela, com irrestrito apoio do governo dos Estados Unidos.

Nos meios diplomáticos dos países desenvolvidos, o pronunciamento do presidente venezuelano foi recebido com um misto de resignação e hilaridade, à vista da reserva interminável de factóides na matalotagem do ensandecido discípulo de Bolívar. É possível que a próxima decisão de Chávez seja entregar ao chefe das Farc, Manuel Marulanda, a defesa da integridade territorial da Venezuela.

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